Washington - Brilhante, elegante, confiante, ambiciosa: tudo parecia no lugar certo para Paula Broadwell, até que o relacionamento adúltero com o diretor da CIA David Petraeus provocou um escândalo e a demissão do herói da guerra no Iraque.
Esta morena de 40 anos e currículo impecável, casada com um radiologista e mãe de dois filhos, ex-major do Exército dos Estados Unidos, graduada em Harvard e na Academia Militar de West Point, se tornou especialista em combate ao terrorismo.
Foi ao escrever a biografia do chefe da CIA, um dos generais mais prestigiados da história recente americana, que ela iniciou com ele uma relação que acabou com a carreira e manchou a reputação de Petraeus.
Os Estados Unidos se perguntam: Qual era a verdadeira natureza de seu relacionamento com Petraeus? Por que chegou a enviar e-mails ameaçando uma segunda mulher, que era vista como uma potencial rival?
"Paixão. Intensidade. Perspicácia. Três palavras simples que refletem apenas parcialmente a complexidade de Paula Kranz, formada em 1991", escreveu sua antiga escola em Bismarck (Dakota do Norte) em seu site.
A jovem Paula é apaixonada pela arte da guerra e pela resolução de conflitos. Primeiro na prestigiosa academia militar de West Point, e depois na não menos reconhecida Universidade de Harvard, onde estudou administração pública.
Em 2006, o general Petraeus fez uma apresentação para os alunos. A ambiciosa e audaciosa Paula aproveitou a chance.
"Eu me apresentei a ele, que era o então general do Exército, conversei sobre temas de minha pesquisa", escreveu Paula na biografia do general de quatro estrelas: "All In: The Education of General Petraeus" (não traduzida). Um best-seller nos Estados Unidos desde seu lançamento no início de 2012.
O oficial entregou seu cartão a ela e se ofereceu para colocá-la em contato com outros pesquisadores, de acordo com o Washington Post.
Dois anos depois, ela decidiu focar sua pesquisa no estilo de comando do general, antes de embarcar em sua biografia. Multiplicou assim suas entrevistas e passou um ano no Afeganistão.
"Eu achei que seu relacionamento com ele era desconcertante", testemunhou um ex-colaborador do general, citado pelo jornal.
Já outros se disseram surpresos que uma mulher como Paula Broadwell pudesse manter um relacionamento adúltero com Petraeus.
"Este não é o tipo de Paula Broadwell, realmente não", declarou David Bixler, um soldado que a conheceu através de uma fundação de caridade.
Em seu perfil no LinkedIn, a jovem, que comemorou seu 40; aniversário na sexta-feira, lista seus interesses: musculação, kickboxe, triatlo, mas também degustação de vinhos e cozinha.
[SAIBAMAIS]Boradwell, que vive em Charlotte (Carolina do Norte) com sua família, não apareceu em público desde que o escândalo estourou, causando a demissão de Petraeus na sexta-feira. Ele admitiu "uma enorme falta de julgamento por se envolver em um relacionamento extraconjugal."
Ironia do destino, o último artigo de Paula Broadwell publicado na revista dominical Newsweek há poucos dias foi intitulado de "As regras de vida do general David Petraeus".
"Nós cometemos todos os erros", indica uma de suas regras. "O importante é reconhecer e admitir, tirar lições, parar de olhar pelo retrovisor, continuar o seu caminho e evitar repetir os erros".
A carreira de Paula Broadwell também pode ter sido prejudicada. Um órgão de imprensa americano não hesitou em batizá-la de "Lewinsky do Pentágono", em referência a ex-secretária da Casa Branca, Monica Lewinsky, que teve um relacionamento com o ex-presidente Bill Clinton.