Amã - O governo da Jordânia manifestou nesta segunda-feira (12/11) sua decepção com a decisão de um tribunal britânico de admitir o recurso do imã radical jordaniano Abu Qatada contra a sua extradição para seu país natal.
"O governo jordaniano manifesta a sua decepção com a decisão da corte britânica relativa a Omar Mohammed Othman, conhecido como Abu Qatada, e com a rejeição de extraditá-lo para a Jordânia", indicou o ministro da Justiça, Ghaleb al-Zohbi.
"O governo jordaniano havia concedido as garantias necessárias para um processo justo contra Abu Qatada em caso de extradição", acrescentou o ministro, citado pela agência oficial Petra.
Zohbi disse que Amã está disposto a estudar junto com o governo britânico a decisão da Comissão Especial de Apelações sobre Imigração (Siac), e a trabalhar com as autoridades de Londres sobre as próximas medidas a serem adotadas no caso.
O homem que foi considerado o líder espiritual da Al-Qaeda na Europa foi condenado à revelia na Jordânia em 1998 por seu envolvimento em vários atentados.
Agora, as autoridades jordanianas requerem o imã radical de origem palestina para voltar a julgá-lo por esses atentados.
[SAIBAMAIS]O Ministério britânico do Interior anunciou logo depois do anúncio da decisão a sua intenção de apelar da decisão da Siac, que aceitou os argumentos dos advogados do imã jordaniano de que este não teria direito a um julgamento justo em seu país porque algumas das provas contra ele haviam sido obtidas sob tortura.
Segundo a decisão da Siac, o imã deve ser liberado na terça-feira, embora tenha que usar uma pulseira eletrônica e seja obrigado a permanecer em casa durante 16 horas por dia.
Abu Qatada, que vive no Reino Unido desde 1993 e é pai de cinco filhos, passou grande parte dos sete últimos anos em prisões britânicas ou em prisão domiciliar, apesar de nunca ter sido acusado neste país.