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Começam escavações para abrir túmulo de Arafat e investigar sua morte

Agência France-Presse
postado em 13/11/2012 15:52
Ramallah - Após meses de atrasos, começaram nesta terça-feira (13/11) as escavações do túmulo do histórico chefe palestino Yasser Arafat em Ramallah, com o objetivo de coletar amostras de seus restos mortais que permitam esclarecer sua morte.

"Hoje começaram a tirar o cimento e as pedras do mausoléu de Arafat e o trabalho continuará por pelo menos 15 dias", declarou à AFP esta fonte, que exigiu o anonimato. "As operações continuarão até chegar à camada de terra que cobre o corpo, que será removida quando chegarem os juízes franceses, os especialistas suíços e os investigadores russos" envolvidos, indicou.

Desde segunda-feira, o mausoléu de Arafat estava oculto por grandes toldos, assim como a entrada da Muqata, a sede da presidência da Autoridade Palestina em Ramallah. "Levando em conta o status de Arafat e o caráter sagrado de seus restos, fica totalmente proibido à imprensa fotografá-lo", disse uma fonte próxima à família.

O chefe da Comissão de Investigação palestina sobre a morte de Arafat, Taufiq Tiraui, anunciou na segunda-feira que "o mausoléu de Arafat foi fechado como medida preliminar à investigação". Os juízes franceses encarregados da investigação por assassinato de Arafat e os especialistas do laboratório suíço que encontrou quantidades anormais de polônio nos objetos pessoais do líder palestino extrairão amostras de seus restos mortais no dia 26 de novembro, o que implica uma exumação.



[SAIBAMAIS]Segundo o site do semanário francês L;Express, que afirma ter conhecimento da comissão rogatória internacional, os juízes irão a Ramallah de 25 de novembro a 1 de dezembro, acompanhados por policiais e por um médico forense, para exumar e transferir o corpo a um instituto médico legal. Os juízes também querem recuperar as roupas de Arafat, assim como identificar e interrogar as pessoas que estiveram perto dele em 2004, até sua viagem no dia 29 de outubro à França, onde morreu, segundo este meio de comunicação.

O presidente palestino Mahmud Abbas se pronunciou publicamente no domingo a favor da exumação de Yasser Arafat para esclarecer sua "misteriosa morte" em um hospital militar francês no dia 11 de novembro de 2004. "Estamos atualmente em contato com os investigadores franceses, com os especialistas suíços, assim como com o governo russo, para abrir o mausoléu do presidente Yasser Arafat", declarou Abbas em um discurso no oitavo aniversário de sua morte.

O sobrinho do falecido e presidente da fundação Yasser Arafat, Nasser al-Qidwa, reiterou no sábado sua rejeição a uma exumação, e condenou esta "ideia detestável", durante um discurso. Segundo Nasser al-Qidwa, que há anos se declara convencido de que Arafat foi envenenado por Israel, a descoberta de polônio forneceu a prova que faltava até agora. "Não é necessária uma prova suplementar, basta perseguir os assassinos e seus cúmplices", afirmou.

A tese de um envenenamento ganhou força após a transmissão em julho de um documentário da Al-Jazeera que revelou a presença de quantidades anormais de polônio nos objetos pessoais de Arafat, entregues por sua viúva Suha à rede do Qatar, que os levou para análise em um laboratório suíço.

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