Agência France-Presse
postado em 14/11/2012 09:51
Pequim - O Partido Comunista Chinês (PCC) encerrou nesta quarta-feira (14/11) o 18; congresso com a eleição de um comitê central que, na quinta-feira (15/11), deve consagrar Xi Jinping como número um do regime, assim como os novos membros da direção suprema.Os líderes chineses enfrentarão a enorme tarefa de combater uma corrupção crescente somada a um menor crescimento, sob os olhares mais do que críticos de mais de 500 milhões de internautas. Após uma semana de trabalhos na mais completa opacidade, os mais de 2.200 delegados aprovaram a composição do comitê central, integrado por quse 200 dirigentes do Partido que devem representar os mais de 82 milhões de militantes registrados.
Depois, segundo um ritual invariável, os delegados cantaram de pé a Internacional. O congresso revisou os estatutos do Partido para elevar o "conceito de desenvolvimento científico" de Hu Jintao ao panteão das doutrinas de Marx e Lênin. Estas revisões foram aprovadas com levantamento de mãos e por unanimidade. O novo comitê central, o 18; desde a fundação do PCC, em 1921, também deve realizar seu primeiro plenário e depois os dirigentes serão apresentados à imprensa e ao mundo.
[SAIBAMAIS]Dele sairá o Bureau Político (núcleo dirigente de cerca de 25 membros) e seu Comitê permanente, que será reduzido talvez a nove ou sete pessoas. O secretário-geral do PCC, Xi Jinping, de 59 anos, passará a ser o chefe de Estado, sucedendo Hu Jintao em março de 2013. Segundo os observadores, o atual chefe de Governo, Wen Jiabao, deve ser substituído pelo vice-primeiro-ministro, Li Keqiang.
Xi é geralmente considerado um homem de compromisso que pode ser aceitável para as facções conservadoras e reformistas do PCC. Na semana passada, Hu Jintao convocou seus sucessores a examinar seriamente a questão da corrupção que, segundo ele, poderia levar à "queda do partido e do Estado". Advertência que tem tanta validez quanto as sérias perguntas sobre a questão econômica, onde a chamada "década dourada" de Hu e Wen dará lugar a um crescimento abaixo de 8% em 2012, o menor em 13 anos.
Para que a China possa prosseguir com sua ascensão econômica, o número um em fim de mandato convocou na semana passada um "novo modelo de crescimento", dando mais espaço ao consumo familiar do que às grandes obras. A rápida transformação da China também provoca uma agitação social recorrente, expressa nos "microblogs", verdadeira expressão de uma opinião pública em um contexto de censura.
Estes protestos adquiriram um tom dramático entre algumas minorias étnicas, em particular os tibetanos, 70 dos quais se imolaram desde o ano passado para denunciar a repressão de sua cultura e de sua religião. Xi Jinping chegará ao poder após um "ano horrível" para o PCC, marcado pelo caso Bo Xilai, o mais espetacular escândalo dos últimos anos, e pelas revelações sobre as fortunas colossais de sua própria família e da família do primeiro-ministro Wen Jiabao.