postado em 14/11/2012 12:54
O presidente da Comissão Internacional Independente de Inquérito para a Síria, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, disse nesta quarta-feira (14/11) à Agência Brasil que a hipótese de intervenção externa no país é remota. Pinheiro ressaltou que, em quase dois anos de conflitos, as violações aos direitos humanos são frequentes e as vítimas aumentam. ;Em curto prazo não há um milagre;, disse. O brasileiro foi o responsável pela elaboração do relatório minucioso sobre as violações aos direitos humanos na Síria. No documento, a equipe de Pinheiro relata casos de tortura, assassinatos, agressões a crianças, adolescentes e mulheres, assim como prisões irregulares e perseguições.Pinheiro acrescentou que a tendência é o governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, e a oposição perceberem que, após 20 meses de confrontos, a única solução é a negociação. ;Todos os lados parecem que já perceberam que não haverá um vencedor nesse processo;, destacou o brasileiro, que veio a Brasília para a inauguração da Casa das Nações Unidas no Brasil. No entanto, Pinheiro disse que observa ;progressos; nas negociações a partir de missões feitas pelo enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi, que conseguiu conversar não só com os integrantes do governo sírio, como também com a oposição e autoridades dos países vizinhos. No próximo dia 10, o brasileiro segue para a região em uma missão.
Nessa terça-feira (13/11) o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, lembrou que conversou sobre a situação da Síria com a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton. Segundo ele, há um consenso de que o processo político na Síria deve ser conduzido internamente. ;É uma situação que continua a representar um desafio;, disse.
Para Patriota, a comunidade internacional deve apoiar o Conselho de Segurança da ONU para que retome o assunto a fim de discutir o agravamento da violência na região. ;A violência segue desimpedida com altíssimo número de mortos, a situação humanitária se agrava, começa a afetar os países vizinhos, o que nos preocupa muito;, disse.