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Hamas lança foguetes contra Telavive e Israel convoca 30 mil reservistas

Rodrigo Craveiro
postado em 16/11/2012 07:00
Explosão na Faixa de Gaza, flagrada a partir de Sderot (Israel)

Pela primeira vez em 21 anos, as sirenes antiaéreas soaram em Telavive, por volta das 18h40 (14h40 em Brasília), um indicativo de uma possível longa guerra. Horas antes, dezenas de foguetes disparados a partir da Faixa de Gaza pelo movimento fundamentalista islâmico Hamas levaram pânico e morte ao sul de Israel. Em Kiryat Malakhi, 25km ao norte da fronteira, dois homens e uma mulher morreram depois que um projétil atingiu o apartamento da família, no quinto andar de um prédio. Como resposta aos ataques do Hamas, as forças israelenses estariam finalizando uma incursão terrestre à Faixa de Gaza. Palestinos afirmaram, por meio do microblog Twitter, que tanques israelenses já avançavam na região, por volta de 0h30 de hoje (20h30 de ontem, em Brasília). A informação foi confirmada pela rede de tevê CNN, às 23h (hora de Brasília), segundo a qual 2 mil soldados se dirigiam à fronteira com Gaza.

Depois do ataque do Hamas a Kiryat Malakhi, a tevê de Israel transmitiu, de modo repetitivo, a imagem de uma criança do sexo feminino coberta de sangue, com as mãos unidas à boca. ;Essa imagem diz tudo. O Hamas atinge crianças em ambos os lados, ao disparar contra crianças israelenses e ao se esconder atrás de crianças palestinas;, declarou o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu. ;Israel não vai tolerar essa situação.; A prova disso foi dada pelo ministro da Defesa, Ehud Barak, que autorizou a convocação de até 30 mil reservistas. ;Estamos prestes a ampliar a campanha em Gaza;, disse.

Pavor

A palestina Maram Humaid, 21 anos, conseguiu repousar pela última vez na quarta-feira. ;A situação está muito perigosa. Estão bombardeando vários lugares. O som das explosões é apavorante. A sensação é de que podemos ser atingidos aleatoriamente;, afirmou, pela internet, a intérprete, que mora na região oeste da Gidade de Gaza, perto do Hospital Al-Shefaa. Para se proteger, Maram e as irmãs procuram ficar afastadas das janelas, que podem ser partir.

Por telefone, o Correio falou com o jornalista Abdelmajid Zakout, 33 anos, morador do bairro de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza. Por várias vezes, a reportagem escutou o som das explosões. ;Os bombardeios continuam de tempos em tempos. As pessoas não podem se proteger, pois Gaza não possui abrigos. Israel atacou uma área perto da casa do premiê Ismail Haniyeh;, disse.



Ouça aúdio de entrevista no momento dos bombardeios:
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