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Israel ameaça Gaza enquanto esforços para trégua se intensificam

Cidade de Gaza - Israel ameaçou neste domingo (18/11) intensificar a operação militar que bombardeia Gaza pelo quinto dia consecutivo, matando dezoito palestinos, ao mesmo tempo em que prosseguiam os esforços diplomáticos para alcançar uma trégua.

As tropas israelenses mataram ao menos nove pessoas, das quais sete de uma mesma família, incluindo três mulheres e quatro crianças, com um míssil que atingiu durante a tarde sua casa, situada em um edifício de três andares no bairro Naser (norte) da Cidade de Gaza, informou o ministério da Saúde no território palestino.

Em outros ataques morreram um homem em Chejaiya, um bairro do leste de Gaza, e outros dois em Jabalia, no norte do território palestino, informaram os serviços de emergência em Gaza. Durante a manhã seis palestinos faleceram, quatro deles crianças.

Com isto, já são 64 os palestinos mortos desde quarta-feira, início da operação Pilar de Defesa, enquanto três israelenses perderam a vida por foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza. Após 10 horas de calma que terminaram às 05h00 GMT (03h00 de Brasília), os grupos armados palestinos dispararam 33 foguetes contra Israel, dos quais seis foram interceptados pelo sistema antimísseis Iron Dome, disseram as Forças Armadas.

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Três eram dirigidos a Tel Aviv, o que ativou as sirenes na metrópole pelo quarto dia. O Iron Dome interceptou os dois, disse a polícia. No campo diplomático, o chefe da chancelaria francesa, Laurent Fabius, chegou neste domingo à região para prosseguir com os esforços realizados com o Egito em busca de um cessar-fogo. Na terça-feira, a Liga Árabe enviará uma missão ministerial a Gaza.

O chanceler israelense, Avigdor Lieberman, advertiu que, para ocorrer uma trégua, "os disparos de Gaza devem cessar". O presidente americano, Barack Obama, por sua vez, disse na Tailândia, onde iniciou seu primeiro giro à Ásia após sua reeleição, que os lançamentos de foguetes "precipitaram a crise em Gaza".

No entanto, autoridades palestinas afirmaram que é possível que hoje ou amanhã (domingo ou segunda-feira) seja alcançado um acordo com os grupos armados palestinos para declarar uma trégua. Já o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está preparado para "intensificar significativamente" os bombardeios contra os grupos armados palestinos na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas.

"Estamos pagando um alto preço devido ao Hamas e às organizações terroristas", disse Netanyahu no conselho de ministros. "O exército está preparado para ampliar a operação significativamente". Netanyahu disse que está conversando com os líderes mundiais e "agradecemos a sua compreensão com o direito de Israel à autodefesa".

Estes comentários são feitos ao mesmo tempo em que milhares de tropas israelenses se concentram ao longo da fronteira, levantando os temores da iminência de um ataque terrestre.

Os bombardeios prosseguem em meio às negociações árabes no Cairo em busca de uma eventual trégua, na qual participará o Hamas e outros grupos que estão por trás do lançamento de foguetes, como a Jihad Islâmica. "Estão sendo realizadas sérias negociações para alcançar uma trégua e é possível um acordo hoje ou amanhã (domingo ou segunda-feira)", disse um funcionário de alto escalão, que pediu o anonimato.

O presidente israelense, Shimon Peres, saudou os esforços do presidente egípcio, Mohamed Mursi, mas acusou o Hamas de rejeitar a proposta. Os mediadores egípcios estão envolvidos em uma "intensa campanha com todas as partes para alcançar uma trégua o quanto antes", disse uma fonte da segurança egípcia.

Na véspera, o presidente egípcio, Mohamed Mursi, declarou que seu governo estava em contato com Israel e com os palestinos e que uma trégua pode ser concluída rapidamente no conflito em Gaza. "Há algumas indicações sobre a possibilidade de um cessar-fogo em breve", declarou o presidente egípcio durante uma entrevista coletiva à imprensa ao lado do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, acrescentando, entretanto, que ainda não há "garantias".

O chanceler britânico, William Hague, convocou Israel a não enviar tropas a Gaza para evitar uma escalada. "O primeiro-ministro (David Cameron) e eu deixamos claro perante nossos homólogos israelenses que uma invasão terrestre a Gaza custaria a Israel uma grande parte do apoio internacional que possui nesta situação", disse Hague à rede de televisão Sky News.

Por fim, a rede de televisão russa Russia Today informou que seus escritórios em Gaza foram destruídos após um ataque da aviação israelense contra dois centros de imprensa na Cidade de Gaza, no qual ficaram feridos ao menos oito jornalistas, um dos quais perdeu uma perna.