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Número de mortos em Gaza passa de 100 antes de visita de delegação árabe

Agência France-Presse
postado em 19/11/2012 16:41
Gaza - Os bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza foram mantidos nesta segunda-feira (19/11), assim como o disparo de foguetes contra Israel, mas em menor intensidade, na véspera da visita do secretário-geral da ONU a Jerusalém e de uma delegação árabe ao território palestino.


Os ataques aéreos israelenses mataram 23 pessoas nesta segunda, elevando para 101 o número de mortos em seis dias de ofensiva, segundo fontes médicas em Gaza. Quase não há locais seguros em Gaza, em nenhuma parte deste pequeno território abarrotado com 1,6 milhão de palestinos.

"Meus filhos estão apavorados. Meu filho de seis anos, Mohamed, se recusa a comer e me segue por toda parte. A cada 10 minutos ele me pergunta quando é que vou morrer?", conta uma mãe de 37 anos, Oum Jihad, que foi viver com parentes em Khan Younis, no sul do território, menos exposto aos ataques.

[SAIBAMAIS]Ela deixou o apartamento da família, no nono andar de um edifício na cidade de Gaza, bombardeada incessantemente desde o início da operação israelense "Pilar de defesa".

Um membro militar da Jihad Islâmica e chefe de propaganda, Ramez Harb, foi morto em um ataque contra um centro de mídia, no coração da Cidade de Gaza, segundo fontes do movimento radical.

Em um comunicado, o Exército israelense afirmou ter atacado um esconderijo usado por membros da Jihad Islâmica envolvidos nos ataques com foguetes contra o sul de Israel a partir do norte da Faixa de Gaza.

Na Cisjordânia, um palestino ferido no sábado em confrontos com o Exército israelense durante uma manifestação em solidariedade aos habitantes de Gaza, não resistiu aos ferimentos e morreu nesta segunda-feira, de acordo com fontes médicas palestinas.

É a primeira morte palestina na Cisjordânia desde o início da ofensiva contra a Faixa de Gaza há cinco dias. Em Ramallah, os líderes dos movimentos Fatah, Hamas e Jihad Islâmica prometeram na Cisjordânia "acabar com a divisão" interna, em sinal de solidariedade com os palestinos de Gaza.

Cessar-fogo


Diante da ameaça de uma escalada militar --Israel acena há dias com a possibilidade de uma intervenção terrestre--, as discussões e visitas diplomáticas se intensificam.

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia fizeram um apelo pelo fim "imediato" das hostilidades, afirmando que um cessar-fogo é "de interesse de todos".

O enviado especial do Quarteto para o Oriente Médio, Tony Blair, foi recebido nesta segunda em Jerusalém pelo presidente israelense Shimon Peres. Ele afirmou esperar pelo fim das hostilidades nos próximos dias e que o Egito, Qatar, os Estados Unidos e a ONU trabalham em favor de um cessar-fogo.

Do lado palestino, depois do primeiro-ministro egípcio e do ministro das Relações Exteriores da Tunísia, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, visitará Gaza na terça-feira à frente de uma delegação ministerial.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, chegou nesta segunda-feira à noite no Cairo para trabalhar por uma trégua. Ele viajará para Jerusalém, onde se reunirá com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o presidente palestino Mahmoud Abbas. O chanceler alemão Guido Westerwelle também se encontrará com esses dois líderes na terça-feira.

O líder do movimento palestino Hamas, Khaled Mechaal, não descartou uma trégua com Israel no conflito de Gaza, mas insistiu na retirada do bloqueio ao enclave.

"Nós não somos contra um apaziguamento, mas queremos que respeitem nossas demandas: o fim da brutalidade, o fim da agressão e a retirada do bloqueio", disse Meshaal durante uma coletiva de imprensa no Cairo, onde se encontra para discutir com as autoridades egípcias, engajadas nos esforços de mediação do conflito.

"Somos a favor de um cessar-fogo, mas Israel deve parar a sua agressão" contra o território dirigido pelo Hamas, acrescentou.

Com a intenção de interromper os disparos de foguetes palestinos contra Israel, a ofensiva "Pilar de Defesa", lançada quarta-feira, tem provocado cada dia mais vítimas civis.

"Perdas inevitáveis" à medida que os bombardeios continuam e que poderiam "minar a legitimidade internacional" da operação, destacou nesta segunda-feira o especialista militar do jornal israelense Haaretz, Amos Harel

Segundo o Exército israelense, 42 foguetes foram disparados nesta segunda-feira a partir do território palestino e outros 19 foram interceptados pelo sistema antimísseis Domo de Ferro.

Desde o início da ofensiva, mais de 1.350 alvos foram atingidos na Faixa de Gaza desde quarta-feira, de acordo com números fornecidos pelo exército.

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