Rodrigo Craveiro
postado em 20/11/2012 08:58
O míssil caiu sobre um carro a cerca de três minutos de onde Majed Abusalama estava. ;Tudo explodiu e minha perna ficou coberta de sangue. O cheiro de corpo queimado ficou impregnado em meu nariz e um pedaço de cérebro caiu sobre meus sapatos;, contou. Coordenador da Rede de Grupos da Juventude Palestina na Faixa de Gaza, Majed retornava do trabalho, quando a aviação israelense matou Osama Abdul Jawad, militante das Brigadas Izz ad-Din Al-Qassam, na Rua Al-Saftawe, região norte da Cidade de Gaza. Além dele, mais 34 pessoas morreram somente ontem. Pelo segundo dia consecutivo, a Torre Shuruq, prédio que concentra várias empresas de mídia estrangeiras, foi alvo das bombas. A ofensiva contra os jornalistas matou Ramez Harb, comandante das Brigadas Al-Quds (braço militar da Jihad Islâmica). Enquanto as forças israelenses intensificavam a Operação Pilar de Defesa, a possibilidade de trégua permanecia refém de um impasse.
Khaled Meshaal, líder do movimento fundamentalista islâmico Hamas, entregou a Israel o ônus do cessar-fogo e impôs condições. ;A demanda do povo de Gaza é legítima: Israel tem que parar com sua agressão, com os assassinatos e as invasões. E o bloqueio sobre Gaza precisa acabar;, avisou. O governo israelense insiste que o Hamas ponha fim ao lançamento de foguetes contra o sul do país ; ontem, foram 120, dos quais 10 acabaram interceptados. A intenção é que uma trégua de 24 a 48 horas seja respeitada, para que as partes elaborem os termos de um cessar-fogo.