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Hamas diz que haverá trégua, enquanto Israel mantém bombardeios

Agência France-Presse
postado em 20/11/2012 15:29
Jerusalém - O Hamas afirmou nesta terça-feira (20/11) que anunciará uma trégua com Israel, enquanto os bombardeios de Israel eram mantidos sobre Gaza e foguetes continuavam caindo em território israelense, inclusive perto de Jerusalém.



"Haverá uma coletiva de imprensa conjunta do Hamas, da Jihad Islâmica e dos mediadores egípcios nesta noite para anunciar a trégua", indicaram os dois grupos islamitas.

Os contatos diplomáticos prosseguem. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chegou nesta terça-feira a Israel, onde se reuniu com as autoridades israelenses; uma delegação da Liga Árabe também se encontra em Gaza.

"A grotesca agressão israelense vai cessar hoje, terça-feira, e os esforços para obter um cessar-fogo entre palestinos e israelenses vão ter resultados positivos nas próximas horas", declarou o presidente egípcio Mohamed Mursi, que está à frente dos esforços internacionais para que o enclave palestino controlado pelo Hamas retorne à calma.

[SAIBAMAIS]Israel adiou provisoriamente a opção de uma ofensiva terrestre, indicando que quer dar todas as oportunidades de êxito aos esforços diplomáticos em curso, após uma reunião na noite de segunda-feira do gabinete de segurança restrito do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Segundo a imprensa israelense, Israel quer uma trégua de 24 a 48 horas para que as partes possam elaborar um cessar-fogo duradouro. De acordo com a mesma fonte, neste contexto Israel pode aliviar seu bloqueio da Faixa de Gaza.

Segundo uma rede de televisão israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está de acordo em aprovar o documento, e um fim das hostilidades estaria em perspectiva em 24 horas.

Já os meios de comunicação israelenses indicaram que os disparos de foguetes contra Israel a partir da Faixa de Gaza praticamente cessaram durante duas horas e meia antes da reunião do gabinete de segurança.

Neste contexto, Netanyahu declarou que Israel estende "a mão para seus vizinhos desejosos em fazer a paz com ele" e com a outra brande uma "espada" em direção àqueles que buscam sua destruição.

No Cairo, onde se encontra para negociações com as autoridades egípcias que participam dos esforços de mediação, o chefe no exílio do Hamas, Khaled Meshaal, também evocou a possibilidade de uma trégua com Israel, mas insistiu no fim do bloqueio do território por Israel.

O essencial para os países árabes e os Estados muçulmanos não é conseguir uma trégua para pôr fim a seis dias de derramamento de sangue em Gaza, mas acabar com a ocupação israelense, declarou, por sua vez, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, em Gaza.

Um novo ataque de Israel contra a Cidade de Gaza matou pelo menos mais cinco pessoas nesta terça-feira, no momento em que a delegação de ministros da Liga Árabe chegava ao enclave palestino, indicou o Ministério da Saúde do Hamas.

Enquanto isso, a Força Aérea israelense lançava panfletos em muitos bairros da cidade de Gaza nesta terça-feira pedindo que os moradores deixem suas casas imediatamente, sem indicar as razões do pedido de evacuação.

Atualmente, não há local seguro na Faixa de Gaza. Nenhuma parte deste estreito território onde vivem amontoados 1,6 milhão de palestinos está protegida de um bombardeio.

Para o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, Israel realiza uma limpeza étnica contra os palestinos de Gaza. Desde o início da ofensiva israelense, na quarta-feira, 14 de novembro, mais de 120 palestinos morreram em Gaza e 920 ficaram feridos.

Ao menos 18 menores perderam a vida desde o início dos bombardeios aéreos israelenses na Faixa de Gaza, segundo o Centro Palestino para os Direitos Humanos.

Ramez Harb, dirigente militar da Jihad Islâmica, morreu no bombardeio a um centro de imprensa no centro da Cidade de Gaza, segundo fontes no movimento.

Na Cisjordânia, um palestino ferido pelo Exército israelense durante uma manifestação de solidariedade a Gaza morreu na segunda-feira. Os soldados israelenses mataram outro palestino em Hebron, depois de um dia de manifestações palestinas, segundo fontes palestinas.

Foram as primeiras vítimas na Cisjordânia desde que Israel iniciou uma ofensiva contra a Faixa de Gaza.

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