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Hillary se reúne em Jerusalém com o primeiro-ministro israelense



Desde que Israel lançou a operação "Pilar de defesa" contra Gaza, na quarta-feira passada, 146 palestinos foram assassinados e mais de mil ficaram feridos. Cinco israelenses, entre eles um soldado, morreram em ataques com foguetes disparados do território palestino. O Exército israelense afirmou que durante à noite atingiu "mais de 100 locais terroristas" na Faixa de Gaza. Um porta-voz militar declarou que desde a meia-noite, 12 foguetes disparados a partir de Gaza caíram no sul de Israel e outros sete foram interceptados. Há uma semana, 830 foguetes caíram em Israel e 390 foram destruídos pelo sistema de defesa antimísseis "Domo de Ferro".

Egito, "a chave de tudo"

Na terça-feira (20/11) à noite, Hillary afirmou ser "essencial (obter) uma redução da escalada em Gaza", após manifestado a Netanyahu o compromisso "inabalável" dos Estados Unidos na segurança de Israel. A secretária de Estado se reuniu nesta quarta-feira na Cisjordânia com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, que declarou, segundo o mediador Saeb Erakat, que o Egito é "a chave de tudo" na resolução do conflito.

Hillary viaja depois para o Cairo, onde se reunirá durante a tarde com o presidente egípcio Mohamed Mursi, envolvido nas discussões sobre uma trégua no conflito. A secretária de Estado americana se encontrará ainda com o chefe da diplomacia egípcia, Mohamed Kamel Amr, antes de se reunir com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi. Também em visita à Israel e aos territórios palestinos, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou para um cessar "imediato" dos disparos de foguetes palestinos contra as aglomerações urbanas israelenses, insistindo que era o momento da diplomacia e do fim da violência.

Após um encontro com o secretário-geral da ONU, Mahmud Abbas afirmou ser o líder de todos os palestinos, durante uma coletiva de imprensa. "Sou responsável por todos os palestinos, incluindo aqueles que pertencem ao Hamas, à Jihad Islâmica e outros grupos", declarou. Segundo uma fonte da Presidência egípcia, o presidente Mursi disse terça-feira à noite que espera uma trégua imediata. Vários membros do governo egípcio e do Hamas afirmaram que esperam uma resposta de Israel a uma proposta de cessar-fogo do Cairo.

Já o porta-voz do presidente israelense, Mark Regev, afirmou nesta quarta que "a diplomacia continua em andamento". "Ainda não abandonamos a esperança de alcançar uma solução a longo prazo por via diplomática", acrescentou. Segundo a rádio estatal israelense, a trégua temporária deve ser o prelúdio de um cessar-fogo duradouro, em que os beligerantes se comprometem a pôr fim aos ataques e disparos de foguetes. Além disso, um mecanismo de monitoramento será lançado pelo Egito.