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FARC denunciam pressão policial no terceiro dia do diálogo de paz

Agência France-Presse
postado em 21/11/2012 19:26
Havana - O governo da Colômbia e a guerrilha das Farc iniciaram nesta quarta-feira (21/11), em Havana, o terceiro dia de diálogo para a paz, com os rebeldes denunciando um suposto caso de pressão policial contra a família de uma guerrilheira.

"Quero lhes dizer que estamos trabalhando duro pela paz", destacou em entrevista coletiva o chefe dos negociadores das Farc, Iván Márquez, ao chegar ao Palácio de Convenções de Havana para a reunião com a delegação do governo colombiano. "Temos uma fé imensa, uma profunda confiança na capacidade de mobilização do povo da Colômbia para obter a paz que tanto almejamos, que todos desejam muito", acrescentou Márquez



Em seguida, a guerrilheira Viviana Hernández leu um comunicado denunciando que policiais colombianos "a paisana" pressionaram a família de uma integrante das Farc sobre o paradeiro de Francisco González, chefe do Bloco Ocidental das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. "Integrantes da polícia, com roupas civis, pressionaram a família da guerrilheira Mireya (...) com a ameaça de tomar a custódia de seus filhos na tentativa de obter informações sobre o paradeiro do comandante Francisco González".

Os delegados do governo, liderados pelo ex-vice-presidente colombiano Humberto de la Calle, chegaram ao Palácio de Convenções no momento em que Hernández lia o comunicado, e a comitiva aguardou o fim da mensagem para ingressar no prédio, sem falar com a imprensa. Neste terceiro dia de diálogo, as partes devem seguir discutindo o complicado tema agrário, origem do conflito armado na Colômbia há quase meio século.

A agenda inclui outros quatro pontos: drogas ilícitas, participação política, abandono das armas e indenização das vítimas. Nenhuma das partes divulgou detalhes dos temas discutidos neste diálogo a portas fechadas, que nesta primeira etapa seguirá até a quarta-feira da próxima semana. Desde a terça-feira está em vigor uma trégua de dois meses decretada pelas FARC, também observada pelo governo do presidente Juan Manuel Santos.

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