Agência France-Presse
postado em 22/11/2012 06:07
Gaza - Com tiros para o alto e gritos de vitória, a população da Faixa de Gaza saudou na noite dessa quarta-feira (21/11) a entrada em vigor da trégua entre Israel e o movimento palestino Hamas, após oito dias de bombardeio aéreo israelense.Ao canto de "Alá é grande, a resistência venceu", milhares de pessoas saíram às ruas das principais cidades da Faixa de Gaza, sob o som dos alto-falantes das mesquitas e em meio aos disparos para o ar, constatou a AFP.
Muitos palestinos, especialmente os jovens, desfilaram a bordo de automóveis pela principal avenida da Cidade de Gaza, onde há uma semana Israel assassinou o chefe militar do Hamas, Ahmed Jabari, marcando o início da ofensiva contra o território palestino.
Os combatentes das Brigadas Ezedin Al Qasam, braço armado do Hamas, eram tratados como heróis nas celebrações. "Há pouco tempo, disparávamos foguetes contra o ocupante e suas cidades, mas agora atiramos para manifestar nossa alegria", disse um dos "combatentes", que se apresentou como Abu Abdullah. "Israel não pode ignorar a trégua porque qualquer violação provocará uma reação imediata".
"Estou muito feliz com a trégua", revelou May Abu Watfa, uma mulher palestina. "Não saía de casa desde o início da ofensiva. Agora me sinto libre". Um grupo de 300 pessoas se reuniu diante do principal hospital de Gaza, o Al Chifa, agitando bandeiras palestinas e egípcias.
As ruas da Faixa de Gaza estavam desertas antes da entrada em vigor da trégua, com a população temendo os constantes ataques da aviação israelense. Em um comunicado, o chefe de governo do Hamas, Ismail Haniyeh, se disse "satisfeito com o acordo, orgulhoso do nosso povo por sua resistência e agradecido ao Egito por seu papel".
Israel e Hamas acertaram um acordo de cessar-fogo que entrou em vigor na noite desta quarta-feira, após esforços diplomáticos realizados por Egito e Estados Unidos.
Ao menos 155 palestinos morreram em uma semana de bombardeio aéreo de Israel contra a Faixa de Gaza, enquanto cinco israelenses faleceram vítimas de foguetes disparados por grupos armados contra o território hebreu