Agência France-Presse
postado em 22/11/2012 06:14
Islamabad - Os talibãs reivindicaram a maioria dos atentados de quarta-feira (21/11) que mataram 35 pessoas e deixaram dezenas de feridos no Paquistão, onde começa nesta quinta-feira (22/11) uma reunião de cúpula de oito países muçulmanos emergentes.Os talibãs paquistaneses, que integram a rede extremista Al-Qaeda, são os principais responsáveis pela violenta campanha de atentados, em sua maioria suicidas, que provocaram mais de 5.200 mortes no país desde 2007. As ações têm como alvos símbolos da autoridade do Estado, mas os xiitas também são alvos frequentes dos ataques.
Na quarta-feira várias bombas explodiram no país, uma delas durante uma procissão da minoria xiita, um ataque que deixou 23 mortos e 62 feridos em Rawalpindi, no subúrbio de Islamabad, onde nesta quinta-feira acontece a reunião de cúpula do D-8 (Desenvolvimento 8) com vários chefes de Estado e Governo, incluindo os do Irã e da Turquia.
"O homem-bomba detonou a bomba quando oficiais de segurança o controlavam na procissão xiita, que seguia para uma mesquita de uma bairro popular", declarou o chefe de polícia municipal Azhar Hameed Khokhar. "Temíamos um atentado e estávamos em estado de alerta máximo", completou.
Este foi o atentado mais violento cometido no Paquistão desde junho, o mais letal desde fevereiro contra a minoria xiita, que representa menos de 20% da população do país muçulmano de 180 milhões de habitantes, onde o fundamentalismo religioso permanece em alta.
Atentados também aconteceram em Quetta, capital da instável província de Baluchistão (sudoeste), onde existe uma insurreição local, assim como em Bannu e Shangla, noroeste do país, perto da fronteira afegã, e em Karachi, a megalópole do sul do país. Os ataques provocaram um total de 35 mortos.
"Reivindicamos a responsabilidade de todos os ataques com exceção do atentado de Quetta", afirmou Ehsanullah Ehsan, porta-voz do Tehreek-e-Taliban Pakistan, o Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), organização fundada em 2007 e que combate o governo paquistanês.