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Exército israelense mata palestino em região próxima à fronteira com Gaza

Agência France-Presse
postado em 23/11/2012 13:12
Jerusalém - O exército israelense disparou nesta sexta-feira (23/11) perto da fronteira com a Faixa de Gaza, atingindo mortalmente um palestino, incidente que se converte no primeiro desafio para a precária trégua entre o Estado hebreu e o Hamas, no poder no enclave. Um porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, denunciou "a primeira violação israelense à trégua", em vigor desde quarta-feira (23/11) às 19h GMT (17h de Brasília), informando que reportará o fato às autoridades do Egito, mediador do acordo.

Amwar Abdelhadi Qdeih, de 20 anos, morreu, e outros 19 palestinos ficaram feridos pelos tiros israelenses contra um grupo de agricultores na localidade de Juzaa, a leste de Khan Yunes, informou um porta-voz dos serviços de emergência de Gaza, Adham Abu Selmiya. Segundo testemunhas, os soldados israelenses dispararam a partir da posição militar de Kisufim contra um grupo de palestinos, agricultores, em sua maioria, que tentavam chegar as suas terras situadas perto da fronteira, zona proibida pelo exército israelense.

O exército de Israel afirmou que "300 palestinos que tentavam se aproximar da cerca de segurança danificaram a cerca". "Os soldados realizaram disparos de advertência, mas os palestinos continuaram se aproximando, e os militares dispararam então em direção as suas pernas", disse uma porta-voz militar, acrescentando que um dos palestinos conseguiu passar pela fronteira, sendo depois direcionado ao lado palestino da fronteira.

[SAIBAMAIS]Segundo o porta-voz do Hamas, "os disparos do ocupante foram diretamente contra os agricultores que retornavam as suas terras na zona fronteiriça e é a primeira violação israelense à trégua". O Hamas "seguirá esta violação através do mediador egípcio para garantir que não se reproduza", acrescentou Sami Abu Zuhri. Na quinta-feira, seis palestinos ficaram feridos em incidentes deste tipo na fronteira, indicaram os serviços de emergência.



O deputado palestino independente, Musfatá Barghuthi, denunciou em um comunicado "uma violação muito grave do cessar-fogo" e pediu aos "Estados Unidos e aos países que contribuíram para alcançar isso que exerçam uma pressão imediata e eficaz sobre Israel". "Se estas ações não pararem imediatamente, Israel corre um grave risco de fazer com que esta precária trégua desmorone", considerou Barghuthi, que viajou da Cisjordânia a Gaza como demonstração de solidariedade.

Na Cisjordânia, o exército israelense continuava com suas prisões após manifestações, às vezes violentas, de solidariedade com a Faixa de Gaze. Nesta sexta-feira prendeu 28 palestinos, entre eles cinco deputados do Hamas. Na quinta-feira realizou 55 detenções. O exército confirmou a prisão de quatro palestinos do Hamas. Entre eles figura o influente Mahmud al-Ramahi, ex-secretário-geral do Conselho Legislativo, Parlamento palestino, que já foi detido em várias ocasiões.

O chefe de governo do Hamas, Ismail Haniyeh, pediu na quinta-feira que os grupos armados respeitassem a trégua, concluída na quarta-feira após oito dias de hostilidades nos quais morreram 166 palestinos, em sua maioria civis, incluindo 43 crianças e 13 mulheres. Seis palestinos (quatro civis e dois soldados) também faleceram. "Saúdo as facções da resistência que respeitaram o acordo desde que entrou em vigor e peço a cada uma que a respeitem e ajam em conformidade", disse Haniyeh em um discurso na Cidade de Gaza.

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