postado em 26/11/2012 08:12
O presidente do Egito, Mouhamed Mursi, reúne-se nesta segunda-feira (26/11) com magistrados do Conselho Supremo de Justiça para tentar reduzir as manifestações contra o seu governo e impedir o agravamento da crise no país. Na semana passada, Mursi assinou decreto que lhe concede amplos poderes. A medida provocou manifestações violentas em várias cidades e abriu um conflito entre os Poderes Executivo e Judiciário.O conselho é a mais elevada Corte judicial do Egito. Os integrantes do órgão buscam um entendimento com o presidente e recomendam que os demais juízes e promotores retornem ao trabalho. Os opositores querem que Mursi anule totalmente o decreto, que classificaram como um risco à democracia. No fim de semana, houve enfrentamentos entre manifestantes e forças policiais.
[SAIBAMAIS]Na prática, o decreto impede o Judiciário de interferir em decisões do Executivo ou deliberar sobre qualquer medida tomada pelo presidente desde que ele assumiu o cargo, em junho, até que um novo Parlamento seja eleito, no próximo ano, e uma nova Constituição entre em vigor. Também impede os juízes de dissolver a Comissão Constitucional, dominada atualmente por aliados de Mursi, ligados ao grupo islâmico Irmandade Muçulmana.
No fim de semana, Mursi defendeu-se das críticas, argumentando que o decreto que lhe concede amplos poderes é apenas ;temporário;. No ano passado, os egípcios iniciaram uma onda de protestos, que ganhou o nome de Primavera Árabe, contra o então presidente Hosni Mubarak. Depois de 15 dias de manifestações, Mubarak renunciou. Atualmente é alvo de ações judiciais e aguarda julgamento em um hospital militar da região do Cairo, capital egípcia.