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Oposição francesa recusa nova votação e ex-ministro cria banca própria

Agência France-Presse
postado em 27/11/2012 13:24
Paris - A guerra fraticida da direita francesa, travada há dez dias pela liderança do principal partido da oposição, a UMP, continuava nesta terça-feira (27/11) com a negativa de Jean-François Copé de organizar uma nova votação e com a criação de uma bancada parlamentar própria por parte de seu rival, o ex-primeiro-ministro François Fillon.

"Não é o momento, em meio à paixão e à amargura, de dizer é preciso voltar a votar imediatamente. Não", declarou à emissora France Info Jean-François Copé, secretário-geral em fim de mandato da UMP e declarado na segunda-feira vencedor da eleição pela presidência do partido, realizada no dia 18 de novembro.

Pouco depois, François Fillon, que impugna o resultado das eleições invocando fraudes e um "golpe de força", anunciou a criação de uma nova bancada parlamentar, denominada Reunião-UMP, durante um encontro com seus partidários. Fillon afirmou, no entanto, que esta nova bancada será "dissolvida quando ocorrer uma nova votação" para eleger o presidente da UMP (União por um Movimento Popular). Segundo o ex-ministro Laurent Wauquiez, "mais de 50" deputados da UMP vão aderir à nova bancada.

[SAIBAMAIS]A bancada UMP tem 196 deputados na Assembleia. E todos os deputados têm que declarar antes de sexta-feira a qual bancada pertencem. O número de parlamentares que formam parte de cada bancada é importante, já que os partidos recebem uma ajuda financeira do Estado em função deste número (cerca de 42.000 euros por deputado).



Na segunda-feira, o ex-chefe de Estado e ex-presidente da UMP Nicolas Sarkozy interveio no debate para evitar o rompimento de seu partido. Segundo fontes coincidentes, defendeu nas negociações com os dois candidatos a sua sucessão uma nova votação, e pediu a Fillon que não recorra à justiça para resolver a controvérsia.

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