Agência France-Presse
postado em 27/11/2012 17:11
Washington - Os republicanos que se reuniram nesta terça-feira (27/11) com Susan Rice, atual embaixadora dos Estados Unidos na ONU e possível substituta de Hillary Clinton à frente da diplomacia americana, acusaram mais uma vez a falta de explicações convincentes para o ataque contra o consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, em 11 de setembro."Estamos muito preocupados com muitas respostas que nos deram e com outras que não conseguimos", declarou à imprensa o senador John McCain, após uma reunião de mais de uma hora com Susan Rice.
Vários republicanos transformaram o caso de Benghazi em um motivo para impedir a possível nomeação de Rice como secretária de Estado. Esta nomeação, de fato, deve ter o apoio de alguns dos senadores republicanos, caso haja a proposta.
"Eu vou me opor à sua nomeação até obter respostas para as nossas perguntas", ameaçou o senador Kelly Ayotte, próximo de John McCain.
Cinco dias após o ataque de 11 de setembro deste ano, que matou o embaixador e outros três americanos, Rice afirmou em nome do governo que o ataque era provavelmente o resultado de uma manifestação anti-americana que se transformou em um episódio violento.
Em um comunicado emitido depois da reunião desta terça, Rice admitiu pela primeira vez que o serviço de inteligência "errou em uma questão fundamental: não houve uma manifestação anterior em Benghazi" contra o filme ofensivo ao Islã produzido nos Estados Unidos que provocou protestos em muitos países árabes.
"Nós certamente gostaríamos de ter informações precisas nos dias seguintes ao ataque terrorista. A avaliação (dos fatos) por agências de inteligência foi, como em muitos casos, evoluindo" aos poucos. Ela esclareceu que ninguém no governo teve a intenção de enganar os americanos "sobre a origem do ataque".
"Não havia justificativa alguma para o cenário apresentado pela embaixadora Rice e pelo presidente Barack Obama três semanas antes da eleição", disse o senador Lindsay Graham, sugerindo que o governo tentou dissimular a natureza do ataque terrorista por não querer afetar as chances de reeleição de Obama.
Barack Obama ainda não confirmou quem vai substituir Hillary Clinton no Departamento de Estado.