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Zona do euro bate novo recorde de desemprego e desaceleração da inflação

Agência France-Presse
postado em 30/11/2012 11:20

Bruxelas - O desemprego na zona do euro afetou em outubro 11,7% da população ativa, frente aos 11,6% de setembro, enquanto a inflação desacelerou em novembro, em 2,2%, informou nesta sexta-feira o escritório europeu de estatísticas Eurostat.

A taxa de desemprego na zona euro bateu um novo recorde, que se traduz em 18,70 milhões de pessoas sem emprego em outubro nos 17 países da União Monetária.

Em um mês, 173.000 pessoas se juntaram aos desempregados e 2,17 milhões em um ano.

"O nível de desemprego é inaceitável", reagiu nesta sexta Jonathan Todd, porta-voz da Comissão encarregada dos Assuntos Sociais. Para o executivo europeu, é conveniente aplicar suas recomendações macroeconômicas "para dinamizar o mercado de trabalho".

A situação é particularmente crítica na Espanha e Grécia, dois países muito afetados pela crise, onde o desemprego atinge mais de uma entre quatro pessoas ativas.

A taxa de desemprego subiu 26,2% em outubro na Espanha. Na Grécia, onde os últimos dados disponibilizados datam de agosto, a taxa se elevou 25,4%.

Sinal da violência da crise, a situação se agravou em um ano nos países mais frágeis: a taxa de desemprego aumentou de 18,4% a 25,4% entre agosto de 2011 e agosto de 2012 na Grécia. Passou de 9,2% para 12,9% no Chipre, de 22,7% a 26,2% na Espanha e de 13,7% a 16,3% em Portugal.

Em contrapartida, as taxas de desemprego mais baixas foram registradas na Áustria (4,3%), Luxemburgo (5,1%), Alemanha (5,4%) e na Holanda (5,5%).

No conjunto da União Europeia, a taxa de desemprego permaneceu em 10,7% em outubro contra 10,6% em setembro. No total, 25,91 milhões de pessoas estavam desempregadas na UE em outubro.

Em comparação, a taxa de desemprego era de 7,9% em outubro nos Estados Unidos e 4,2% no Japão, onde os últimos dados disponíveis datam de setembro.

Ao mesmo tempo, a Eurosat indicou que a inflação desacelerou consideravelmente em novembro para situar-se em 2,2% frente aos 2,5% do mês anterior.

Este dado é inferior ao esperado pelos analistas, que prognosticavam uma inflação de 2,4% em novembro.

Ele confirma a desaceleração da inflação observada desde o início do ano, e que havia sido interrompido por dois meses, em agosto e setembro.

Esta estatística deve dissipar os temores do Banco Central Europeu, responsável por garantir a estabilidade dos preços, mesmo que a inflação seja superior há 24 meses a meta de 2% em médio prazo pela instituição monetária.

Estas duas estatísticas "colocam em evidência a fraqueza da economia da zona do euro", considerou Jonathan Loynes, da Capital Economics.

"Nós acreditamos que a inflação pode desacelerar ainda mais no próximo ano (...). Que isso levará os consumidores a gastar em um contexto de austeridade e de aumento do desemprego é outra questão", acrescentou.

A desaceleração da inflação no início de 2013 certamente poderia levar o BCE a baixar a sua principal taxa diretiva, fixada em 0,75% em julho, seu nível mais baixo. "Se a economia não mostrar sinais de recuperação no primeiro trimestre, a diminuição das taxas poderia acontecer", declarou Peter Vanden Houte, economista do ING Bank.

Uma baixa das taxas não é esperada na próxima semana, durante a reunião do BCE.

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