Agência France-Presse
postado em 30/11/2012 18:45
O Irã pediu nesta sexta-feira à Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) que encerre a investigação sobre seu programa nuclear, rejeitando ponto por ponto as acusações de que tenta obter uma bomba atômica.O embaixador do Irã na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, leu uma lista de "50 perguntas pertinentes" sobre o programa nuclear de Teerã seguidas de 50 respostas que demonstram, segundo ele, que o expediente da agência devia "ser fechada imediatamente", segundo o texto lido no Conselho dos Governadores, que se reúne a portas fechadas em Viena.
[SAIBAMAIS]Depois de dez anos de investigação, a agência continua sem poder determinar se o programa nuclear de Teerã é puramente pacífico como afirma este último, ou persegue objetivos militares, como suspeitam os países ocidentais e Israel. A AIEA reprova o Irã por não cooperar suficientemente com ela, o que a impede de chegar a uma conclusão.
Em seu discurso, Soltanieh reitera que o objetivo das atividades nucleares de Teerã é puramente pacífico, que as seis resoluções contra o Irã decididas pelo Conselho de Segurança da ONU são "ilegais" e que o país "não suspenderá jamais" suas atividades de enriquecimento de urânio.
No caso de uma ataque militar ao Irã, mencionado por Israel, a República Islâmica instalará seus equipamentos nucleares "em lugares mais seguros" e se retirará do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), declarou.
Um diplomata ocidental considerou "ridículas" as declarações de Soltanieh. "Está claro que os iranianos não são sérios. Sou muito pessimista", declarou o diplomata que pediu anonimato. A agência e o Irã retomarão as negociações no dia 13 de dezembro, depois de vários encontros este ano que fracassaram.
Desta vez haverá uma tentativa de acordo que facilite o acesso dos inspectores da agência às instalações, sobretudo, na usina militar de Parshin, próximo a Teerã, para tentar verificar os pontos do relatório de novembro de 2011.
A AIEA destacou nesse relatório uma série de elementos que, segundo ela, indicavam que o Irã trabalhava na fabricação de armas atômicas antes de 2003 e talvez até depois, apesar de o país afirmar o contrário.