Agência France-Presse
postado em 30/11/2012 20:19
Não houve acordo no processo civil envolvendo Dominique Strauss-Kahn e Nafissatou Diallo, informaram nesta sexta-feira os advogados do ex-diretor do FMI, que admitiram, no entanto, que mantêm negociações sobre isso.Em um comunicado, eles também afirmaram que são falsas as informações da mídia indicando que o ex-diretor do FMI havia aceitado pagar uma quantia para encerrar o caso aberto pela camareira, que o acusa de agressão sexual.
"As informações da imprensa, segundo as quais Dominique Strauss-Kahn aceitou pagar seis milhões de dólares para pôr fim ao processo civil, são completamente falsas. As partes discutiram uma solução, mas não se chegou a nenhum acordo", indica o comunicado.
"Strauss-Kahn continuará a se defender das acusações se não chegarem a um acordo", acrescentou a nota, assinada pelos advogados William Taylor e Amit Mehta.
O The New York Times havia anunciado que as duas partes haviam "chegado tranquilamente a um acordo", apesar de nada ter sido concluído.
Já o Le Monde.fr afirmou que DSK estava "disposto a dar seis milhões de dólares a Nafissatou Diallo" para acabar com o processo.
"Esperamos ter um acordo em poucos dias", disse Taylor à AFP, acrescentando que se considera otimista, mas realista.
O juiz Douglas McKeon, que avalia o caso no tribunal do Bronx, em Nova York, assim como os advogados de Diallo não quiseram comentar a questão.
Diallo processa Strauss-Kahn em um juizado civil do Bronx, depois de a acusação de estupro contra DSK ter sido indeferida.
O processo penal contra o ex-diretor do FMI foi recusado no dia 23 de agosto de 2011, já que o promotor expressou dívidas sobre a credibilidade de Diallo, por várias incoerências em seu depoimento.
Contudo, ambos os processos transcorriam por vias independentes, pelo que o processo civil seguiu seu curso.
Strauss-Kahn era considerado um forte candidato à eleição presidencial francesa deste ano até que as acusações de agressão sexual de Diallo levaram a sua detenção no dia 14 de maio de 2011. Ele foi obrigado a renunciar a seu cargo no FMI e encerrou sua carreira política.
Em maio, o juiz McKeon tinha se negado a resolver o caso, como pediam os advogados de Strauss-Kahn, que argumentavam que ele contava com imunidade diplomática. Desde então, o processo estava suspenso.
Strauss-Kahn, de 63 anos, reconheceu ter mantido uma breve relação sexual, "inapropriada" com a mulher, apesar de negar ter cometido qualquer ato de violência.
Se houver acordo, DSK resolve seus problemas com a justiça norte-americana, mas continua sendo acusado na França pelo caso do hotel Carlton, referente à organização de festas com prostitutas.