Agência France-Presse
postado em 01/12/2012 07:27
Washington - O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, defendeu nesta sexta-feira (30/11) a continuidade da divulgação de documentos secretos, dois anos após a publicação de milhares de despachos classificados do departamento americano de Estado. No site Huffington Post, Assange escreveu que, desde 2010, os governos do Ocidente têm tentado classificar o WikiLeaks como uma organização terrorista, dando uma resposta desproporcional tanto de figuras políticas como de instituições privadas.[SAIBAMAIS]No segundo aniversário do "escândalo" provocado pela divulgação dos documentos, Assange lembrou que seu site revelou as tentativas dos Estados Unidos de ocultar suas atrocidades, coagir governos e dominar a economia global. "As publicações do WikiLeaks podem mudar e mudaram o mundo, e para melhor", disse Assange, citando alguns dos documentos secretos do departamento de Estado que publicou. "Dois anos depois, nenhuma ação judicial por danos morais foi apresentada, e os telegramas mostraram claramente que muita gente tinha sangue nas mãos".
Ao expor a morte de civis iraquianos e a corrupção do regime tunisiano, o WikiLeaks contribuiu para forçar a saída das tropas americanas do Iraque em 2011 e alimentou a revolta na Tunísia que se alastrou para outros países árabes, destacou Assange.
O australiano de 41 anos foi detido em 2010 após o WikiLeaks divulgar milhares de documentos classificados dos Estados Unidos, principalmente sobre as guerras contra o terror no Iraque e Afeganistão. Assange, refugiado na embaixada do Equador em Londres há cinco meses, é alvo de um pedido de extradição da Suécia por crime sexual. O fundador do WikiLeaks solicitou asilo a Quito por temer uma extradição aos Estados Unidos, onde correria o risco de ser condenado a morte.