A Força Aérea síria bombardeou neste domingo a periferia de Damasco, onde se concentram agora os combates contra grupos rebeldes, enquanto quinze civis morreram em um atentado na cidade de Homs (centro), segundo a agência oficial Sana, que denunciou um ato "terrorista".
Sana, que citou fontes anônimas, relatou 24 feridos, muitos deles em estado crítico, neste atentado cometido no bairro de Al-Hamra.
[SAIBAMAIS]No sábado, 60 pessoas morreram na capital e seus arredores, onde são registrados violentos combates desde quinta-feira, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Também no sábado, vários morteiros disparados do lado sírio atingiram uma cidade que faz fronteira com a Turquia, perto de Reyhanli, anunciou neste domingo a agência de notícias turcas Anatólia. Não foram confirmados disparos turcos em resposta a estes ataques.
Hoje, caças-bombardeiros realizaram novos ataques principalmente contra a cidade de Daraya, ao sudoeste de Damasco, informou o OSDH. Durante a manhã, reforços militares foram enviados para o local, segundo militantes citados pela ONG. "Daraya estará segura nas próximas horas", escreveu o jornal Al-Watan, próximo ao poder.
Damasco anuncia regularmente ter lançado "a fase final" da batalha, prometendo expulsar definitivamente os rebeldes, mas raramente isto tem acontecido no terreno, onde o exército tem dificuldades para recuperar o controle de muitas localidades.
"O exército sírio abriu desde quinta-feira as portas do inferno para aqueles que planejam se aproximar de Damasco ou lançar um ataque contra a capital", acrescentou o jornal.
Segundo o Al-Watan, "centenas de terroristas foram mortos (...) o exército responde a todos os ataques terroristas lançados desde quinta-feira, alguns com o objetivo de cortar a estrada do aeroporto internacional de Damasco". O regime chama de terroristas todos os opositores, que desde meados de março de 2011 contestam o regime do presidente Bashar al-Assad. A revolta, antes pacífica, militarizou-se com a repressão sangrenta.
O lançamento na quinta desta ofensiva contra os pomares nos arredores da capital, onde os rebeldes estabeleceram sua retaguarda, coincide com o corte da internet e do telefone em toda a Síria, que fez com que os militantes temessem o pior, a possível preparação pelo regime de um "massacre" em pleno apagão.