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Estudantes querem um 'sindicato branco' em universidade dos EUA

Agência France-Presse
postado em 04/12/2012 14:44
Estados Unidos - "A cultura branca está morrendo": no campus de Towson, perto de Baltimore (leste), Matthew Heimbach, de 21 anos, longe de tentar ocultar suas convicções, trabalha há meses na criação do que pretende ser o primeiro sindicato de estudantes brancos dos Estados Unidos.

O jovem, estudante do quarto ano de História Americana, provoca polêmica e coloca à prova a sacrossanta emenda da Constituição de seu país sobre liberdade de expressão. "Cada grupo - negros, hispânicos, judeus e mulheres - tem sua própria representação no campus. Por que não os brancos?", argumenta enquanto distribui panfletos pelo campus contra a construção de uma mesquita no bairro. Baltimore é uma cidade de maioria negra, mas a universidade de Towson tem 67% de estudantes brancos.

"Vivemos em um campus no qual os brancos são discriminados, há programas de discriminação positiva" para as minorias, lamenta este estudante, com uma camiseta com a legenda "Filho da Liberdade" e em cujas costas pode-se ler: "com o pretexto da diversidade, na Faculdade se rejeitam os brancos e os asiáticos com melhores notas". A Suprema Corte dos Estados Unidos tomará em 2013 uma decisão no tema que pode gerar jurisprudência, depois de ter abordado o caso de uma estudante branca que se queixava por ter sido rejeitada em uma universidade do Texas devido a cor de sua pele.



Até o momento, Matthew Heimbach é "presidente" de um sindicato, o Sindicato de Estudantes Brancos, que ainda não existe legalmente, apesar dos trinta membros com os quais já conta, segundo ele. Para sua legalização é necessário um tutor, um professor ou um diretor da universidade, que ainda não foi encontrado. Um nacionalismo branco exacerbado

Não é a primeira tentativa deste jovem. No ano passado já havia lançado uma associação batizada de Juventude pela Civilização Ocidental, cujo tutor finalmente se separou do grupo. A organização "tem um programa que se orgulha da supremacia da raça branca", explica Victor Collins, vice-presidente adjunto da universidade a cargo da política sobre diversidade.

"Não tenho problema de quererem celebrar sua própria cultura, mas tenho quando se trata da supremacia branca". E lamentou que Matthew tenha convidado para se incorporar ao grupo Jared Taylor, fundador do jornal Renascimento Branco, "muito conhecido por apregoar a superioridade da raça branca", acrescentou. É certo que o discurso do jovem, que nega ser racista, tem todos os ingredientes do nacionalismo branco exacerbado: critica os marxistas, a sociedade multicultural e adverte contra o futuro "genocídio" que irá ocorrer quando as minorias étnicas se converterem na maioria da população dos Estados Unidos.

Sua vontade de criar um sindicato de estudantes brancos provocou polêmica e muitos debates. Cerca de 1.150 pessoas assinaram um pedido contra o grupo: para Adi, um estudante negro de Ciências da Educação, "a iniciativa parece racista". A primeira emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão, "é quase sagrada neste país", lembra Collins: "A universidade está muito comprometida com a proteção do exercício deste direito por todos os estudantes, por mais negativas que sejam suas posições".

"Não estamos de acordo com as posições" de Heimbach, "mas o toleramos", afirma, antes de assegurar que, como o jovem continua sem cumprir os requisitos administrativos exigidos para a criação de seu sindicato, "a decisão da universidade a respeito continua sendo hipotética".

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