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Congresso dos EUA aprova fim de restrições comerciais à Rússia

Agência France-Presse
postado em 06/12/2012 16:17
Washington - O Congresso norte-americano aprovou definitivamente nesta quinta-feira (6/12) o fim de restrições comerciais com a Rússia, vigentes desde a Guerra Fria, mas impôs sanções devido às violações dos direitos humanos, o que desagradou Moscou. Após sua aprovação na Câmara dos Deputados no mês passado, o Senado votou com 92 votos a favor e 4 contra, o estabelecimento de uma relação comercial normal com a Rússia, revogando a Lei Jackson-Vanik, de 1974, que proibia relações comerciais sem restrições com países que violaram os direitos humanos. Os deputados acrescentaram sanções às normas contra os responsáveis pela morte do juiz anticorrupção, Serguei Magnitski, em 2009, preso após ter acusado a polícia e funcionários do governo de desvio de fundos e lavagem de dinheiro. Magnitski morreu na prisão aos 37 anos, vítima de violência e por falta de cuidados médicos. Segundo a nova lei, que deve ser promulgada pelo presidente Barack Obama, serão negados vistos aos responsáveis pela morte do juiz, assim como a qualquer pessoa autora de graves violações aos direitos humanos, e seus ativos serão bloqueados. "O privilégio de utilizar o sistema bancário norte-americano e de obter um visto deve ser negado a quem não respeitar a dignidade humana e a justiça", declarou o senador republicano Roger Wicker na câmara. Moscou tinha reagido nesta quarta-feira de forma antecipada à votação, cujo resultado era previsível. O encarregado dos Direitos Humanos do Ministério das Relações Externas da Rússia, Konstantin Dolgov, disse que esta lei era uma provocação e que as medidas tomadas contra funcionários russos são "medidas hostis e unilaterais". O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, considerou essas sanções como um grande erro, após o plano ser aprovado na Câmara de Deputados. A Rússia se transformou em agosto no 156º membro da Organização Mundial de Comércio (OMC), se comprometendo a reduzir suas tarifas alfandegárias, mas para que os Estados Unidos pudessem se beneficiar desse privilégio devia suspender oficialmente as restrições impostas desde a Guerra Fria. A Lei Jackson-Vanik era sistematicamente suspensa todos os anos desde 1994, mediante decreto presidencial.

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