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Social-democratas alemães lançam candidato para enfrentar Merkel em 2013

Agência France-Presse
postado em 09/12/2012 16:24
Hanover - O principal adversário de Angela Merkel para as eleições legislativas alemãs de 2013, o social-democrata Peer Steinbrück, tentou neste domingo relançar sua campanha eleitoral para vencer a popular chefe de governo.

Merkel havia lançado sua candidatura para um terceiro mandato como chanceler da Alemanha nas legislativas de 2013, no dia 4 de dezembro em Hanover (norte), com uma reeleição triunfal à frente da União Cristã Democrata (CDU) e com a promessa de proteger o país da crise econômica que assola a Europa.

[SAIBAMAIS]Cinco dias depois, também em Hanover, 93,45% dos cerca de 600 delegados do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) aprovaram neste domingo a designação do candidato da formação opositora para as eleições de 22 de setembro. "Liberdade, igualdade social, solidariedade. Esses valores continuarão sendo nossa linha diretriz", afirmou Steinbrück aos delegados. Steinbrück, que propõe mais "justiça social", está convencido de que tem grandes chances de derrotar aquela que vários alemães consideram a "czarina da Europa".

Merkel, que concorre a um terceiro mandato, lidera as pesquisas de intenção de voto à frente de Steinbrück. Segundo uma pesquisa divulgada na sexta-feira pela rede de televisão pública ARD, caso o chanceler fosse eleito diretamente -algo que não acontece na Alemanha, já que os deputados são os eleitores principais- o social-democrata de 65 anos obteria 39% dos votos, enquanto Merkel, de 58 anos, obteria 49%.

"É verdade que Merkel gosta, mas isso não basta para ganhar as eleições", disse Steinbrück ao jornal Süddeutsche Zeitung. O adversário de Merkel foi elogiado por parte do eleitorado de direita por sua gestão da crise financeira.

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Formado em Ciências Econômicas e Sociais, este homem com porte avantajado pertence à ala direita do SPD. Os sindicatos criticaram seu apoio à reforma do mercado de trabalho realizada pelo governo do social-democrata Gerhard Schr;der, embora Steinbrück não pertencesse a esse gabinete.

"Naturalmente, tentará integrar as diferentes correntes do partido, incluindo a ala esquerda. O problema que tem para a campanha é que o partido não se une totalmente em torno do seu nome", considerou o cientista político da Universidade de Bonn, Gerd Langguth.

Steinbrück já prometeu à esquerda que apoiará um controle maior dos mercados financeiros.

Apesar disso, o SPD não conseguiu mostrar com clareza o que o diferencia da atual coalizão de conservadores e liberais que apoia Merkel. Assim, no que diz respeito à crise do euro, os social-democratas votaram tudo o que a chanceler propôs.

No entanto, "geralmente Merkel é classificada de indecisa, enquanto Steinbrück é uma pessoa que age", considerou Gero Neugebauer, cientista político da Universidade Livre de Berlim.

Os analistas consideram que os social-democratas teriam que se aproximar claramente dos Verdes. O líder ambientalista Jürgen Trittin, disse ao jornal dominical Welt am Sonntag, que há vários pontos de acordo entre ambas as formações, por exemplo em relação à retomada do consumo.

Mas o novo candidato do SPD já foi apresentado em meio a uma polêmica provocada por palestras remuneradas que realizou, graças às quais recebeu 1,25 milhão de euros em três anos.

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