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Pelo menos 11 morrem em onda de atentados em Damasco nesta quarta

Agência France-Presse
postado em 12/12/2012 18:35
Beirute - Vários atentados sacudiram Damasco nesta quarta-feira (12/12), três deles em frente ao Ministério do Interior, deixando pelo menos 11 mortos, de acordo com fontes dos serviços de segurança e de uma ONG síria. Três atentados, sendo um com carro-bomba, em frente ao Ministério do Interior, em Damasco, deixaram sete mortos e 50 feridos, de acordo com um primeiro registro fornecido por uma fonte dos serviços de segurança.

A emissora oficial afirmou que o ministro do Interior Mohammad al-Chaar e o alto-escalão do ministério está a salvo. O observatório sírio dos direitos humanos (OSDH) afirmou que as três explosões mataram oito soldados e deixaram mais de 40 feridos. As primeiras imagens transmitidas pela Al-Ikhbariya, emissora do Estado, mostram marcas de sangue no chão, muitos destroços e grandes crateras.

No Cairo, a agência oficial egípcia Mena informou que o prédio que sedia a embaixada do Egito em Damasco foi fortemente depredada por uma das explosões e que um dos empregados ficou ferido. No início da noite, a explosão de uma bomba num ônibus deixou três mortos e 20 feridos no setor 86 do bairro de Mazzé, também localizado no Oeste de Damasco, onde vivem alauitas, uma minoria religiosa da qual faz parte o presidente Bashar al-Assad, de acordo com a OSDH.



No noroeste de Damasco, uma explosão sacudiu o bairro de Doumar al-Gharbi sem causar vítimas, informou a ONG que possui larga rede de militantes e de médicos na Síria. Na madrugada, duas bombas magnéticas instaladas em carros explodiram simultaneamente num estacionamento situado atrás do antigo palácio da Justiça no bairro de Qanawat de Damasco, deixando um ferido e muitos estragos, de acordo com a agência oficial Sana.

Uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas na explosão de duas bombas em Jaramana, região pró-regime majoritariamente drusa e cristã, localizada ao sudeste de Damasco. A região já foi alvo de quatro atentados no passado, o mais violento causando 54 mortos em 28 de novembro.

Os atentados ocorrem no dia seguinte à decisão de Washington de incluir os jihadistas da Frente Al-Nusra na sua lista de organizações terroristas. O grupo, que luta contra o regime de Assad, já reivindicou, desde novembro de 2011, centenas de ataques incluindo atentados suicidas. A simultaneidade dos ataques e a maneira como foram executados levam a crer que tenham sido praticados por grupos ligados à rede Al-Quaida.

Desde o começo das revoltas contra o regime do presidente Bachar al-Assad em março de 2001, Damasco, cidade mais protegida do país, foi sacudida por uma série de ataques e explosões, como atentados suicidas contra prédios governamentais e de segurança. O atentado mais potente foi registrado em 18 de julho, quando quatro altos funcionários de segurança, um deles o cunhado de Assad, foram mortos num atentado contra o prédio da Segurança Nacional em Damasco reivindicado por rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL).

Em cerca de 21 meses de conflitos na Síria, mais de 42.000 pessoas foram mortas, de acordo com a OSDH.

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