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Ministro das Relações Exteriores de Israel renuncia

Agência France-Presse
postado em 14/12/2012 14:02
Jurusalem - O ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, anunciou nesta sexta-feira (14/12) que renuncia a seu cargo, um dia depois de ter sido indiciado por abuso de confiança e fraude.


"Legalmente, não sou obrigado a apresentar minha renúncia, mas decidi renunciar as minhas funções de ministro das Relações Exteriores e de vice-primeiro-ministro", declarou Lieberman em um comunicado.

A renúncia de Lieberman, chefe do partido ultranacionalista Israel Beiteinu e principal aliado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ocorre a cinco semanas das eleições legislativas israelenses.

"Renunciei imediatamente a minha imunidade parlamentar", disse Lieberman, que lembrou que era investigado e submetido a escutas telefônicas há 16 anos.

"Quero que este caso termine sem demora e (quero) lavar definitivamente meu nome", acrescentou Lieberman. Também tomei esta decisão com a convicção de que os cidadãos de Israel podem ir votar com este problema resolvido, disse Lieberman referindo-se às eleições previstas para o dia 22 de janeiro.

"Isto significa que a justiça deve se pronunciar sobre o caso antes das eleições", insistiu o chanceler renunciante. Assim "poderei servir aos cidadãos de Israel e formar parte da próxima direção forte e unida que enfrentará os desafios de segurança, políticos e econômicos" de Israel, acrescentou Lieberman.

Na quinta-feira, o procurador-geral de Israel, Yehuda Weinstein, anunciou que indiciava Avigdor Lieberman por abuso de confiança e fraude em um dos dois casos de corrupção nos quais estava sendo investigado.

Lieberman foi acusado por ter promovido o ex-embaixador de Israel na Bielorrússia, Zeev Ben Ariech, que havia lhe fornecido informação confidencial sobre uma investigação policial contra sua pessoa neste país.

"Decidi apresentar uma carta de acusação contra Lieberman por ter proposto ao governo em dezembro de 2009 nomear o ex-embaixador na Bielorrússia em outro país, apesar do fato de que, segundo as provas em nosso poder, ele sabia que havia cometido uma falta profissional", disse o procurador-geral.

Segundo o procurador-geral, Zeev Ben Ariech transmitiu a Lieberman "informações secretas, em particular detalhes sobre uma investigação policial" contra o chanceler.

No entanto, o procurador-geral disse que não havia "provas suficientes para acusar" Lieberman no caso de financiamento ilegal das campanhas eleitorais.

"Depois de ter examinado o processo, cheguei à conclusão de que não há provas suficientes para acusá-lo neste caso e decidi arquivar o caso", explicou Weinstein.

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