Agência France-Presse
postado em 14/12/2012 15:31
Beirute - Para os sírios que se manifestam todas as sextas-feiras desde março de 2011, o único "terrorista" na Síria é o presidente Bashar al Assad e não os jihadistas da Frente Al-Nosra, a quem os Estados Unidos acabam de inscrever em sua lista negra."Agradecemos a todos os ;terroristas; na Síria que combatem contra Assad. Todos pertencemos à Frente Al Nosra", proclamava um cartaz em Ghuta Oriental, perto de Damasco, transformado em campo de batalha entre rebeldes e o exército.
A decisão americana contra a Frente Al Nosra gerou uma onda de críticas na Síria e provocou a simpatia em relação a este movimento radical entre os militantes e os rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL).
Al Nosra, que reivindicou a maioria dos atentados suicidas e agora está presente na quase totalidade das frentes na Síria, reivindicou o atentado de quarta-feira contra o ministério do Interior em Damasco, onde ficou ferido o ministro Mohamed Ibrahim Al Shaar.
Um dos dirigentes da oposição síria tolerada pelo regime, que estimou que a decisão americana de escrever a Al Nosra na lista negra visava a justificar "ataques aéreos" americanos na Síria.
Qadri Khamil, presidente da Frente Popular para a Mudança e a Libertação, um partido de oposição tolerado pelo regime e também vice-primeiro-ministro, falava em coletiva de imprensa em Moscou que foi transmitida pela tv oficial síria.
"A questão é por que os americanos fizeram isso. Temos que seja para justificar uma futura ingerência nos assuntos sírios", afirmou.
Khamil se reuniu em Moscou com o chanceler russo Serguei Lavrov sobre a necessidade de se iniciar imediatamente o diálogo em seu país, algo que deve começar com a rejeição de toda e qualquer "ingerência externa".