Rodrigo Craveiro
postado em 17/12/2012 09:17
Sob forte coação política dentro do próprio partido, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desembarcou, às 17h15 (20h15 em Brasília) de ontem em Newtown (Connecticut), para prestar condolências aos familiares das vítimas do segundo pior massacre da história dos Estados Unidos. Depois de reunir a portas fechadas, por cerca de 1 hora, com os pais das 20 crianças assassinadas na Escola Primária Sandy Hook, com socorristas e com policiais, ele participou de uma cerimônia ecumênica em memória dos mortos, no auditório da Newtown High School e fez um mea-culpa."A missão mais importante é cuidar de nossas crianças. Isso é como a sociedade será julgada. Como nação, cumpriremos com nossa obrigação, mas não estamos fazendo o bastante e temos que mudar", declarou Obama. Ele prometeu que, nas próximas semanas, trabalhará com a Justiça para impedir mais matanças. "Não podemos tolerar mais isso. Essa tragédia tem que acabar", disse, sem conter o choro. No entanto, Obama lembrou que nenhuma lei pode eliminar o mal.
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, foi incisivo ontem, ao cobrar uma posição de Obama sobre o tema. "É hora de o presidente se levantar e liderar. Isso deveria ser o seu número 1 na agenda. Ele é o presidente dos Estados Unidos. E se nada fizer durante seu segundo mandato, algo como 48 mil americanos serão mortos com armas ilegais no próximo ano", advertiu. Ex-republicano que tornou-se independente, Bloomberg disse à rede de tevê NBC que o líder democrata "tem que traduzir suas visões em ações". A senadora democrata Dianne Feinstein prometeu apresentar um projeto de lei, assim que o novo Congresso tomar posse em janeiro, para proibir as armas de assalto. Para que ele avance em um Capitólio dividido, será preciso que as lideranças dos dois partidos ; tanto na Câmara dos Representantes quanto no Senado ; avalizem o texto. Uma proibição federal para as armas de assalto expirou em 2004 e, desde então, as tentativas de reinstaurar a lei fracassaram.