Agência France-Presse
postado em 18/12/2012 17:41
Nova York - Mais de 125 mulheres foram violentadas enquanto as forças da República Democrática do Congo (RDC) se retiravam diante da ofensiva rebelde do mês passado, segundo uma investigação da ONU divulgada esta terça-feira (18/12).O porta-voz da ONU, Martin Nesirky, anunciou que até o momento nove soldados do governo foram detidos por estupros e saques na província de Kivu do Norte, enquanto oficiais da ONU transmitiram sua preocupação ao governo da República Democrática do Congo esta terça-feira.
Duas equipes de defesa dos direitos humanos da ONU estiveram investigando os ataques na cidade de Monova e nos povoados dos arredores entre 20 e 30 de novembro, enquanto o exército se retirava após o avanço dos rebeldes do M23.
Rebeldes tomaram a cidade principal de Goma em 20 de novembro e funcionários da ONU disseram que o exército "evaporou-se". Os rebeldes, por sua vez, também foram acusados de abusos maciços nas regiões que tomaram antes do cessar-fogo negociado pelas nações do leste africano.
Os investigadores da ONU interrogaram mais de 200 pessoas, afirmou Nesirky. "Segundo descobertas preliminares, a missão da ONU documentou pelo menos 126 casos de estupro. As equipes também puderam confirmar o assassinato de dois civis, inclusive o de um menor", anunciou o porta-voz.
A ONU "apoia" uma investigação por parte do exército da República Democrática do Congo. Neste sentido, Nesirky disse que até o momento dois soldados foram detidos por violações e sete por fazer saques ao redor de Minova.
Funcionários da missão da ONU se reuniram esta terça-feira com o vice-primeiro-ministro e titular da Defesa, Mutombo Bakafwa Nsenda, para discutir o caso.
Sob as regras da ONU, o organismo internacional pode finalizar o apoio de suas forças de paz a qualquer exército envolvido em estupros e outros abusos dos direitos. A ONU tem sua maior missão de paz na República Democrática do Congo, a maior parte concentrada na batalha contra os M23.