Agência France-Presse
postado em 19/12/2012 11:32
Londres - O Reino Unido retirará 3.800 militares do Afeganistão antes do fim de 2013, o que reduzirá seu contingente a 5.200 efetivos, anunciou nesta quarta-feira o primeiro-ministro britânico, David Cameron, no Parlamento. "Poderemos fazer com que as tropas voltem para casa em duas etapas relativamente equivalentes em 2013 e 2014, deixando provavelmente cerca de 5.200 militares no fim de 2013", declarou em sua aparição semanal perante os deputados.Esta retirada parcial abre caminho para o retorno de todas as forças britânicas de combate mobilizadas no país centro-asiático, segundo o calendário previsto no fim de 2014 pela coalizão internacional. Londres tem o segundo maior contingente no Afeganistão, atrás dos Estados Unidos.
Cameron acrescentou que esta desmobilização, que, segundo o ministério da Defesa, começará em abril e se intensificará durante o outono (europeu), se deve ao êxito das forças britânicas e das forças de segurança nacional afegã. Até 2014, a polícia e o exército afegão deverão ter assumido a responsabilidade total da segurança do país.
Cameron assegurou na Câmara dos Comuns, que, depois de dezembro de 2014, não haverá ninguém em papel de combate no país centro-asiático, mas indicou que seu governo não tomou ainda uma decisão definitiva. "Continuará tendo algumas tropas envolvidas na repatriação de material e ocupadas com a logística", explicou. Também disse que se comprometeu com as autoridades de Cabul para proporcionar treinamento de oficiais afegãos.
Antes de fazer este anúncio, Cameron falou na noite de terça-feira, por videoconferência, com o presidente Barack Obama, com quem avaliou os progressos do plano de transferência da segurança e acertou cooperar para reforçar o processo político e, em particular, incentivar o Afeganistão e seus vizinhos a trabalhar conjuntamente pela estabilidade. O Reino Unido tem, dentro da Isaf, o segundo maior contingente no Afeganistão, atrás dos Estados Unidos.
As tropas britânicas, concentradas essencialmente na província de Helmand (sul), sofreram 428 baixas desde o início da intervenção da coalizão liderada pelos Estados Unidos na sequência dos atentados de 11 de setembro de 2001, 44 delas neste ano de 2012.