Mundo

Trabalhadores protestam em Buenos Aires contra governo Kirchner

Agência France-Presse
postado em 20/12/2012 06:13

Buenos Aires - Milhares de trabalhadores e ativistas de esquerda protestaram nesta quarta-feira, no centro de Buenos Aires, para exigir a redução de impostos e denunciar a inflação e a insegurança presentes no governo da presidente Cristina Kirchner.

"Não ao imposto de renda, sim ao auxílio família para todos", resumia um grande cartaz em meio à multidão na Praça de Maio, diante da Casa Rosada, constatou a AFP. "Senhora presidente, ocupe-se da inflação que corrói o salário, utilize todos os instrumentos necessários a seu alcance para enfrentar a insegurança que atinge todos os argentinos", disse Moyano, líder dos caminhoneiros e ex-aliado de Kirchner.


"Se (o governo) não entende as lutas sindicais e as mobilizações, em 2013 teremos a oportunidade de utilizar o voto e eleger quem garanta os direitos" dos trabalhadores, assinalou Moyano, que surge como candidato à presidência. "Para dirigir um povo, a primeira condição é ter saído do povo, se sentir e pensar como o povo", dizia uma enorme bandeira carregada pela multidão.

"Viemos para exigir a redução do imposto de renda" e por melhores aposentadorias. "Queremos uma mudança na forma de conduzir nosso país", disse à AFP Juan Conde, do Sindicato dos Caminhoneiros de Entre Rios. "Há coisas que fizeram bem e que reconhecemos, mas chegou o momento de trilhar o caminho de confrontar o governo, não por capricho, mas pelo fato de que não atendem às nossas exigências".

"Estamos cansados, queremos que paguem o que nos devem, pelo nosso trabalho", disse à AFP Teresa, uma senhora de 80 anos muito tranquila na multidão. O protesto desta quarta-feira registrou a incomum aliança entre sindicalistas peronistas e partidos da esquerda, adversários históricos na Argentina.

"Apesar das diferenças que temos com a CGT e a CTA, acreditamos que nossas exigências são justas. A mobilização e a greve sempre servem", disse à AFP Florencia Piris, militante da Frente de Esquerda, professora de história e funcionária do instituto de estatísticas Indec.

Após sua contundente vitória nas eleições de outubro de 2011, com 54% dos votos, a presidente Cristina Kirchner viu sua aprovação cair de 64,1% para 30,6% em um ano, segundo a consultoria M.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação