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Conflito comunitário sírio coloca em risco as minorias, destaca ONU

Agência France-Presse
postado em 20/12/2012 08:39
Genebra - O conflito sírio é "abertamente intercomunitário" e comunidades inteiras estão em perigo, destacou a comissão de investigadores da ONU, presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. A principal tensão envolve a comunidade alauita, a qual pertence o presidente sírio Bashar al-Assad, e a comunidade sunita, segundo a comissão, que também cita outras comunidades afetadas pelo conflito.

[SAIBAMAIS]"As outras minorias, como os armênios, os cristãos, os drusos, os palestinos e os turcomanos foram arrastados pelo conflito", afirma um relatório da comissão criada em agosto de 2011 pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. "A situação é tal que comunidades inteiras correm o risco de ter que fugir do país ou ser massacradas", destaca a comissão.



Os investigadores da ONU também destacam o surgimento de grupos armados "independentes dos grupos existentes", em particular do Exército Sírio Livre (ESL), ou "afiliados a outros grupos extremistas ou islamitas como a Frente Al Nosra". A comissão ouviu em países vizinhos da Síria mais de mil depoimentos de testemunhas sobre os crimes de guerra e contra a humanidade cometidos pelas forças governamentais e pelas milícias leais ao regime.

A comissão também constatou crimes de guerra da oposição armada, mas em menor escala. A comissão entregou ao Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos duas listas com os nomes dos responsáveis pelos crimes. Os documentos confidenciais podem servir de prova no caso do Conselho de Segurança da ONU apresentar o caso sírio ao Tribunal Penal Internacional (CPI).

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