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Três senadores dos EUA criticam filme sobre captura de Bin Laden

Agência France-Presse
postado em 20/12/2012 08:44
Los Angeles - Três senadores americanos, entre eles o republicano John McCain, criticaram na noite de quarta-feira (19/12) o filme mais recente da cineasta Kathryn Bigelow, censurando-a por ter afirmado que a tortura foi decisiva na busca e morte de Osama Bin Laden em maio de 2011. Em uma carta enviada ao diretor-geral da Sony Pictures, Lynton Michael, McCain e os senadores democratas Diane Feinstein e Carl Levin manifestaram seu desacordo com o filme "A Hora Mais Escura", que a crítica já especula que será em um dos indicados da próxima edição dos prêmios Oscar.

[SAIBAMAIS]"O filme mostra de forma muito imaginativa agentes da CIA torturando várias vezes detidos, que terminam por dar informações decisivas" que permitem encontrar o esconderijo do chefe da Al-Qaeda em Abbottabad, no norte do Paquistão, afirmam os senadores na carta. "Examinamos os registros da CIA e constatamos que não é exato. ;A Hora Mais Escura; é inexato e acreditamos que vocês têm a obrigação de afirmar que o papel da tortura na perseguição (de Bin Laden) não está baseado em fatos, mas que oferece ficção narrativa ao filme", de acordo com a carta.



Perguntado pela AFP, um porta-voz da Sony Pictures se limitou a responder utilizando declarações feitas na semana passada por Bigelow e pelo roteirista do filme, Mark Boal: "Trata-se de uma operação de inteligência de 10 anos levada às telas em um filme de duas horas e meia". Representamos diferentes práticas controversas e métodos de inteligência que foram utilizados na busca de Bin Laden", disseram Bigelow e Boal.

"O filme mostra bem que nenhum destes métodos foi forçosamente decisivo na perseguição". Bin Laden, que reivindicou ser o responsável - entre outros - pelos ataques contra as embaixadas dos Estados Unidos do Quênia e da Tanzânia em 1998 e dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas de Nova York e do Pentágono, faleceu no dia 1 de maio de 2011 em sua residência em Abbottabad em uma operação realizada por um comando de elite americano.

Levin é presidente da Comissão do Senado sobre as Forças Armadas, da qual McCain é membro, enquanto Feinstein preside a Comissão especial sobre Inteligência.

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