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EUA fazem um minuto de silêncio pelas vítimas de massacre escolar

Agência France-Presse
postado em 21/12/2012 16:24

Newtown - Um minuto de silêncio foi observado em Connecticut e em todos os Estados Unidos nesta sexta-feira (21/12) para marcar a passagem de uma semana do massacre de 20 crianças e seis adultos na escola primária de Sandy Hook.

Os sinos tocaram 26 badaladas em Newtown, cenário da tragédia. As pessoas pararam o que estavam fazendo e foram para a rua, em meio à chuva para lembrar as vítimas. A cena, repetida em todo país, aconteceu na exata hora em que um homem, há uma semana, transtornado e armado com rifles semi-automáticos, entrou atirando na escola de Sandy Hook.

O presidente Barack Obama respeitou o momento de silêncio na Casa Branca e falou pelo Twitter: "20 lindas crianças e 6 notáveis adultos. Juntos, nós vamos prosseguir e fazer nosso país digno de suas memórias". O Governador do Estado de Connecticut Dannel Malloy foi o primeiro a pedir aos residentes para que parassem e refletissem na exata hora em que Adam Lanza, de 20 anos, começou o massacre das crianças que tinham entre 6 e 7 anos de idade.

"Vamos todos juntos lamentar a perda de vidas tão promissoras", disse Malloy. "Embora nunca venhamos a saber o tamanho da tristeza das famílias dessas crianças, podemos mostrar a eles que estamos juntos neste momento tão difícil". Malloy pediu para que as igrejas e prédios do governo soassem os sinos 26 vezes, simbolizando cada uma das vítimas.



Em Newton, a chuva caia forte no momento em que tocavam os sinos. Do lado de fora da estação de bombeiros perto da escola, que continua fechada pela polícia, uma mulher enxugava as lágrimas e as gotas de chuva do rosto de seu parceiro. Algumas pessoas choravam, outras baixavam as cabeças em sinal de luto.

Vários bombeiros saíram da estação e abraçaram as pessoas que lá estavam. A chuva era tão forte que era difícil ouvir o tocar dos sinos, enquanto o vento derrubava as árvores de Natal plantadas em memoria às crianças. Mas o povo de Newton não estava sozinho.

O pedido de Malloy foi rapidamente atendido pelos governadores do Havaí e da Flórida, que também organizaram um minuto de silêncio às 09h30 do horário local em solidariedade. O Conselho Nacional de Igrejas informou que milhares de igrejas também respeitariam o momento e tocariam seus sinos 26 vezes.

A primeira-dama, Michelle Obama, escreveu às pessoas de Newton que "como mãe de duas jovem meninas, meu coração sofre com vocês e com suas famílias". Contudo, "os inúmeros atos de coragem, bondade e amor aqui em Newton e através os Estados Unidos" inspiraram ela a "acreditar que o país tinha mostrado seu lado bom em consequência do massacre", completou.

Neste mesmo dia, a Associação Nacional do Rifle (NRA), o poderoso lobby a favor das armas dos Estados Unidos, pediu nesta sexta-feira que o governo posicione policiais armados ou agentes de segurança em todas as escolas do país.

"A única forma de deter um cara mau com uma arma é um cara bom com uma arma", defendeu o vice-presidente da NRA, Wayne LaPierre, em uma coletiva de imprensa, na primeira reação da organização depois do massacre na escola de Newtown e da decisão do presidente Obama de estudar formas para controlar a venda indiscriminada de armas no país.

Em um comunicado muito combativo, cuja leitura foi brevemente interrompida por dois manifestantes com cartazes acusando o grupo de ter suas mãos manchadas de sangue, a NRA não fez a menor concessão aos pedidos para controlar a venda de armas de fogo.

"Pedimos hoje ao Congresso que atue imediatamente para fazer tudo que for necessário para que haja oficiais armados em cada uma das escolas deste país", afirmou LaPierre no longo comunicado. LaPierre também criticou o papel que têm os filmes e os games na conduta dos americanos por seu conteúdo violento.

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