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Brasil não teme mudanças na Venezuela, indica Antonio Patriota

postado em 21/12/2012 17:43
O governo brasileiro descarta a possibilidade de transtornos em um eventual processo de transição na Venezuela, caso as condições de saúde do presidente reeleito, Hugo Chávez, o impeçam de tomar posse na data prevista (10 de janeiro). Nos últimos dias, aliados do presidente sinalizaram que pretendem mudar a data da posse para garantir que Chávez assuma o poder. No entanto, a oposição venezuelana indicou que não aceita alterar a data.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, o ambiente na Venezuela é de respeito à ordem democrática e às instituições. A discussão sobre mudanças na data da posse ganhou força nos últimos dias com o agravamento do estado de saúde de Chá vez, que permanece em Cuba, dez dias depois de uma cirurgia para retirada de um tumor maligno na região pélvica.

;Não há razão para suspeitar que na Venezuela não ocorra a plena vigência democrática;, disse esta sexta-feira (21/12) o chanceler, em conversa com jornalistas responsáveis pela cobertura da área internacional. ;Há questões constitucionais que compete aos venezuelanos determinar de maneira consensual e que contemple a ordem democrática.;



Para Patriota, o ideal é que a sociedade venezuelana seja ouvida sobre o processo político. ;É uma situação inusitada que exigirá, primeiramente, uma avaliação da sociedade venezuelana. O importante é que o processo seja transparente.;

O estado de saúde de Chávez é cercado por uma série de incertezas, pois as autoridades venezuelanas admitiram que a cirurgia, de mais de seis horas, foi complexa, que houve um sangramento e, posteriormente uma infecção respiratória. As informações sobre o estado de saúde do presidente nem sempre são diárias e repetem-se sobre o fato de ele estar estável e consciente.

Desde o ano passado, Chávez luta contra um câncer na região pélvica. Em 18 meses, ele fez quatro cirurgias e enfrentou a campanha pela reeleição contra o adversário, Henrique Capriles. Inicialmente, o presidente chegou a dizer que estava curado da doença. Antes de viajar para Cuba, onde fez a cirurgia, ele se despediu dos venezuelanos e pediu que apoiem o atual vice-presidente da República, Nicolás Maduro, no caso da sua ausência.

Pela Constituição da Venezuela, caso Chávez não tenha condições de tomar posse no próximo dia 10, assume o poder o presidente da Assembleia Nacional, Diosdato Cabello, e, em 30 dias, devem ser convocadas eleições presidenciais. Se houver eleições, são apontados como candidatos Maduro e Capriles, que venceu as eleições para o governo do estado de Miranda.

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