postado em 21/12/2012 18:00
Sem avanços nas negociações de paz entre palestinos e isralenses, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta sexta-feira (21/12) estar ;frustrado; com a ;paralisia; do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a ;inoperância; do Quarteto (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas) na condução do processo. O chanceler brasileiro defendeu que a questão seja incluída na pauta de prioridades sobre a busca da paz no Oriente Médio.;Não vejo [infelizmente] movimentos encorajadores [da comunidade internacional];, ressaltou o ministro em conversa com jornalistas responsáveis pela cobertura da área internacional. ;É inaceitável que o Conselho de Segurança cuide da Somália e do Timor Leste neste momento e não cuide da questão de Israel e Palestina, que é um tema mais desestabilizador.;
Patriota defendeu a revisão dos instrumentos responsáveis pelas negociações de paz no cenário internacional. ;É preciso repensar os mecanismos de gestão de paz;, reiterou o chanceler. De acordo com ele, a Liga Árabe, formada por 22 nações, prepara uma série de sugestões destinadas à busca de uma solução para o impasse.
O chanceler disse que esteve com autoridades israelenses e palestinas, mas voltou pessimista da viagem ao Oriente Médio. ;Não voltei otimista;, ressaltou Patriota. ;O Quarteto não consegue chegar a um consenso sobre a questão dos assentamentos.;
Nos últimos meses, o governo de Israel intensificou a construção de assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ; áreas ocupadas por palestinos, que as defendem como seus territórios. A construção acentuou o ambiente de tensão na área, aumentando os ataques de ambos os lados.
No entanto, enfatizou Patriota, a crise entre isralenses e palestinos consolida a convicção de que uma ;solução militar; não é a melhor alternativa. ;Têm crescido as percepções que uma solução militar teria êxito questionável; , disse ele. ;[O ideal] é estabelecer um processo de paz negociado.;
Por várias ocasiões, a presidenta Dilma Rousseff criticou os assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Em seus discursos, ela defende o reconhecimento da Palestina como Estado independente e autônomo. Na conversa com os jornalistas, Patriota destacou a conquista pela Palestina do status de estado observador na Organização das Nações Unidas (ONU), em novembro deste ano.