Agência France-Presse
postado em 22/12/2012 17:30
CABUL - O talibã afegão pediu uma nova Constituição como uma pré-condição para participar do incipiente processo de paz da nação, de acordo com uma declaração feita por representantes em um encontro histórico na França.Representantes das facções do país se encontraram na quinta-feira para dois dias de negociações que os diplomatas esperam poder reforçar as relações no país dividido pela guerra.
É a primeira vez, desde que uma campanha liderada pelos EUA tirou o talibã do poder em 2001, que altos representantes se reuniram com oficiais do governo e outros grupos de oposição para discutir o futuro do país, em um encontro intermediado por um centro de pesquisa francês.
"A atual Constituição do Afeganistão não tem valor para nós porque foi feita sob a sombra dos bombardeios de B52 dos invasores," disse o comunicado entregue aos participantes durante o encontro. "Emirado Islâmico, para o bem estar de sua corajosa nação, é necessária uma Constituição baseada em princípios da sagrada religião do Islã, interesse nacional, conquistas históricas e justiça social," acrescenta.
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O encontro na França foi organizado pela Fundação para Pesquisa Estratégica(FRS) e foi realizado a portas fechadas em um local não revelado, próximo a Paris. Apesar do encontro histórico, a declaração do talibã continua demonstrando falta de confiança no governo.
"Os invasores e seus amigos não têm um caminho claro para a paz", afirmaram. "Às vezes eles dizem que querem conversar com o Emirado Islâmico, mas às vezes eles dizem que conversarão com o Paquistão. Este tipo de indefinição nunca levará à paz," acrescenta.
Até agora o talibã se recusou a negociar com o governo, que considera como um fantoche dos Estados Unidos. As discussões com oficiais americanos foram suspensas em março.
Na França, o talibã foi representado por figuras importantes como Shahabuddin Dilawar e Naeem Wardak, o que é visto como um sinal de que o grupo islamita avalia ir além das discussões iniciais.