Agência France-Presse
postado em 23/12/2012 09:03
Roma - O chefe do governo italiano, Mario Monti, expressou seu contentamento pelo fato da Itália ter "saído da crise financeira" sem ajuda externa e anunciou um programa para mudar o país e "reformar a Europa"."A crise financeira foi superada", e "sem a ajuda europeia ou do FMI", afirmou Monti em uma coletiva de imprensa, considerando que "os duros sacrifícios que os italianos precisaram realizar (durante este ano) não foram em vão".
Sem revelar sua intenção de se apresentar nas eleições gerais de fevereiro, ele chamou o seu programa de "uma agenda para um engajamento comum, uma primeira contribuição para uma discussão aberta".
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Para ele, a chave é "não destruir os duros sacrifícios que os italianos tiveram que fazer" durante o ano passado.
Mario Monti também criticou com ironia Silvio Berlusconi, expressando a sua "consternação" com as declarações contraditórias do Cavaliere. "Eu tenho muita dificuldade em seguir a linearidade do seu pensamento", disse.
"Há um quadro de compreensão mental que me escapa", frisou, lembrando que o seu antecessor havia qualificado os seus resultados à frente do país como um "desastre", quando dias antes o chamou para liderar uma coalizão moderada.
Ao atacar uma das promessas de Berlusconi, de suprimir o IMU, imposto muito impopular sobre a propriedade, Monti advertiu: "se retirarmos a IMU, no ano seguinte ele retornará em dobro".
"Hoje, a Europa está mais bem preparada para enfrentar a crise em relação ao ano passado, mas não é o suficiente bater com o punho na mesa, é necessário, acima de tudo, firmeza na ação. Se houver apenas um tapinha no ombro, a resposta será sorrisos falsos e falta de consideração", declarou, em uma clara alusão ao sorriso irônico dos líderes francês e alemão, Nicolas Sarkozy e Angela Merkel, com a menção do nome de Silvio Berlusconi.