Mundo

Rebeldes avançam e convocam exército centro-africano a entregar armas

Agência France-Presse
postado em 26/12/2012 12:29
Libreville - A coalizão rebelde de Seleka, que se encontra às portas da capital da República Centro-Africana, convocou nesta quarta-feira o poder a depor as armas, porque considera inútil uma batalha em Bangui diante de um presidente, François Bozizé, que "já perdeu o controle do país".

"Pedimos a todos os filhos e filhas da República Centro-Africana, a todos os efetivos das forças de defesa e de segurança ainda fiéis ao regime de François Bozizé (...) que deponham as armas imediatamente", declarou Seleka em um comunicado. "Por medida de segurança e de proteção da população civil, já não consideramos necessário travar a batalha de Bangui e fazer nossas tropas entrarem nela, já que o general François Bozizé (...) já perdeu o controle do país", acrescentam os rebeldes.

"Seleka pede a todas as populações centro-africanas onde quer que estejam que aceitem e colaborem, na paz e na harmonia nacionais", acrescenta o documento. Seleka tomou as armas em 10 de dezembro para exigir que "sejam respeitados" os acordos de paz concluídos entre 2007 e 2011. A partir deste dia foi se apoderando de cidades estratégicas - Bria (centro), Bambari (centro sul), Kaga Bandoro (centro norte) - se aproximando perigosamente de Bangui pelo norte e pelo leste.

[SAIBAMAIS]Mal equipado, desmotivado e desorganizado, o exército regular opôs pouca resistência diante do progresso dos insurgentes. Um contingente do exército do Chade, que chegou na semana passada como "força de interposição" e não de ataque, segundo Yamena, encontra-se posicionado no último cruzamento da estrada que leva a Bangui.



Também nesta quarta-feira, centenas de pessoas lançaram projéteis contra a embaixada da França em Bangui depois terem se manifestado na sede diplomática dos Estados Unidos contra a ocupação de uma parte da República Centro-Africana pelas forças rebeldes. "Estamos diante da embaixada da França porque foi a França que nos colonizou", disse um dos manifestantes. "Não precisamos mais da França. Que a França vá embora", acrescentou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação