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Vice-diretor de prisão russa onde Magnitski faleceu é absolvido

Agência France-Presse
postado em 28/12/2012 10:11
Moscou - A justiça russa absolveu nesta sexta-feira Dimitri Kratov, ex-vice-diretor da prisão onde o jurista russo Serguei Magnitski esteve preso antes de morrer em detenção em 2009.

Kratov "fez tudo o que pôde" para salvar Magnitski, declarou a presidente do tribunal Tverskoi de Moscou, Tatiana Neverova.

Esta autoridade penitenciária, acusada de negligências por não ter fornecido atendimento médico a Magnitski, era a única pessoa processada pela morte do jurista de 37 anos, vítima de episódios de violência. "Não há ligações causais entre os atos de Dimitri Kratov e a morte de Magnitski", havia afirmado na segunda-feira, dia 24 de dezembro, o procurador Dimitri Bokov, que havia pedido a absolvição do ex-vice-diretor da prisão.

Na quinta-feira, o julgamento por fraude fiscal contra Magnitski, que será realizado, apesar de sua morte na prisão em 2009, foi adiado para 28 de janeiro. Serguei Magnitski, um conselheiro fiscal que assessorava o fundo de investimento ocidental Hermitage Capital, morreu em uma prisão de Moscou em novembro de 2009 depois de 11 meses de prisão preventiva.


O jurista havia sido detido em 2008 acusado de fraude fiscal. Em um primeiro momento havia denunciado um esquema financeiro de 5,4 bilhões de rublos (130 milhões de euros), preparada, segundo ele, por autoridades da polícia e da administração fiscal em detrimento de seu empregador e do Estado russo.

Mas Magnitski acabou sendo acusado de fraude fiscal pelos mesmos funcionários que denunciou, segundo Hermitage, e inclusive depois de morto continua sendo alvo de acusações perante a justiça.

William Browder, presidente da Hermitage Capital, é acusado no mesmo caso. O caso Magnitski provocou tensões nas relações entre Moscou e Washington.

No dia 14 de dezembro, as autoridades americanas promulgaram uma lei que proíbe a entrada nos Estados Unidos dos cidadãos russos envolvidos na morte do jurista e a apreensão de seus bens.

A Rússia respondeu com uma lei que proíbe os cidadãos americanos de adotar crianças russas e prevê a elaboração de uma lista de cidadãos dos Estados Unidos e outros estrangeiros indesejáveis na Rússia.

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