Rodrigo Craveiro
postado em 31/12/2012 09:01
O próprio pai acendeu a pira funerária, no distrito de Dwarka, na região sudoeste de Nova Délhi. O corpo da estudante de 23 anos, vítima de um estupro coletivo no último dia 16, foi cremado no início da madrugada de ontem (hora local), na presença de familiares e de líderes políticos. Pouco antes, às 4h de ontem (19h30 de sábado, em Brasília), o premiê indiano, Manmohan Singh, esteve no Aeroporto Internacional Indira Gandhi, recepcionou o avião fretado que transportou o caixão desde Cingapura e se reuniu com parentes da jovem. Sob forte aparato policial, o cortejo fúnebre seguiu até a residência da família, onde houve uma cerimônia hindu intimista.
Em meio à dor, os pais da garota ; identificada por alguns sites como Amanat ; buscaram alguma lucidez e expressaram o desejo de que a morte da filha ;sirva para brindar um futuro melhor para as mulheres indianas;. Meena Rai, uma vizinha, contou à agência France-Presse que Amanat ;havia feito todos os preparativos para seu casamento e planejava uma festa;. Outra vizinha, Usha Rai, confirmou que a moça pretendia se casar em fevereiro.
Milhares de pessoas voltaram ao centro da capital para demonstrar repúdio pelo crime bárbaro e para cobrar medidas mais incisivas da Justiça, no que diz respeito às leis contra o estupro. Moradora de Nova Délhi, a cineasta Ayesha Sood, 36 anos, contou ao Correio que o clima na metrópole de 18 milhões de habitantes é ;extremamente tenso;. ;Você pode sentir a raiva despejada pelas pessoas nas ruas, todos os dias. E esse ódio parte das mulheres, dos estudantes e de gente de todas as classes e comunidades;, admitiu. Ayesha disse que participará nesta segunda-feira (31/12) à noite de um evento de rua promovido por grupos feministas.