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Advogados se negam a defender suspeitos de estupro de estudante indiana

Agência France-Presse
postado em 02/01/2013 09:06
Nova Délhi - Advogados do tribunal de Nova Délhi que deve julgar os acusados pelo estupro de uma estudante indiana que faleceu no sábado (29/12) em consequência dos ferimentos sofridos na agressão anunciaram que se negam a defender os seis suspeitos, que, segundo a imprensa, também tentaram atropelar a jovem depois do ataque.

A primeira audiência do tribunal do distrito de Saket, ao sul da capital federal, deve acontecer na quinta-feira (3/1) com a apresentação de um relatório de mil páginas da polícia. "Decidimos que nenhum advogado se apresentará para defender os acusados do estupro porque seria imoral defender o caso", anunciou Sanjay Kumar, um advogado membro da Ordem dos Advogados do distrito de Saket.

Kumar afirmou que 2,5 mil advogados registrados no tribunal decidiram "permanecer à margem" para garantir uma "justiça rápida", o que significa que advogados de ofício representarão os suspeitos. Outro advogado ligado ao tribunal confirmou o boicote.

De acordo com a imprensa indiana, os estupradores da jovem de 23 anos agredida por vários homens em um ônibus em Nova Délhi tentaram atropelar a vítima depois do ataque. "A mulher e seu namorado tiveram as roupas retiradas e foram jogados do ônibus", afirma o jornal The Indian Express. "O namorado a retirou quando viu que o ônibus dava marcha a ré para atropelá-la", completa o jornal.

[SAIBAMAIS]O namorado da estudante, agredido com uma barra de ferro e jogado do ônibus depois que a jovem foi estuprada várias vezes, conseguiu afastar a vítima do veículo antes que ela fosse atropelada, revela um relatório de 1.000 páginas da polícia que será apresentado à justiça.



A imprensa indiana informou ainda que a jovem mordeu três dos seis agressores para tentar escapar das agressões. As marcas das mordidas, o sangue, o esperma, os fios de cabelo e o depoimento do namorado devem ser usados como provas contra os acusados, segundo a imprensa e fontes policiais.

Seis homens foram detidos. Cinco deles devem ser julgados na quinta-feira por assassinato e estupro em um tribunal criado especialmente para o caso. O sexto acusado, que teria 17 anos, deveria ser julgado por um tribunal de menores, mas está sendo submetido a exames para a comprovação da idade. Os acusados podem ser condenados à pena de morte.

Segundo o Times of India, uma das acusações da polícia será a tentativa de destruição das provas pelo motorista do ônibus, que participou no estupro da estudante de Fisioterapia. Ele tentou lavar o veículo e queimou as roupas arrancadas da vítima. A brutalidade do ataque provocou revolta na Índia e muitas manifestações contra a violência cometida com total impunidade contra as mulheres no país.

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