Agência France-Presse
postado em 03/01/2013 16:16
Havana - Pelo menos 6.602 detenções arbitrárias por motivos políticos foram registradas em Cuba durante 2012, um aumento de mais de 50% em relação ao ano anterior, denunciou nesta quinta-feira (3/1) um grupo de oposição.Em dezembro, o número de prisões deste tipo, que podem durar várias horas ou alguns dias, foi de 567, a maior cifra dos últimos oito meses, segundo a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, um grupo ilegal mas tolerado pelas autoridades comunistas.
"Se levarmos em conta o caráter fechado do regime cubano, a falta de informação pública e a impunidade com a qual atuam os órgãos de repressão, podemos dizer, sem dúvida, que o número real de prisões politicamente motivadas foi muito maior em cada mês", disse em comunicado a Comissão, dirigida pelo dissidente Elizardo Sánchez.
De acordo com o grupo, as 6.602 "detenções arbitrárias por motivos políticos" de 2012 superam em mais de 50% as prisões do ano precedente (4.123).
Isso "é uma prova estatística eloquente da tendência crescente da repreensão política" na ilha, completou.
A média mensal de prisões por motivos políticos foi de 550 em 2012, contra 343 em 2011 e 172 em 2010, segundo os dados da Comissão. As autoridades cubanas não divulgam números de prisões.
"O movimento de direitos humanos junto com diversos agrupamentos políticos e da sociedade civil emergente, contanto com o apoio da crescente comunidade de nações democráticas, continuam pedindo ao Governo de Cuba que reconheça e respeite as normas de direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais consagrados por entidades internacionais", declarou a Comissão.
O número de presos políticos condenados ou à espera de julgamento em Cuba aumentou nos últimos meses de 65 para 82, entre eles 15 em liberdade condicional, ainda de acordo com o grupo.