Rodrigo Craveiro
postado em 05/01/2013 08:01
;Eu exijo lealdade absoluta à minha liderança. Porque eu não sou eu, eu sou um povo, e ao povo se respeita. Estou obrigado a defender a um povo que eu amo.; Quase três anos depois de Hugo Chávez pronunciar essas palavras, durante a campanha pela segunda reeleição, em 25 de janeiro de 2010, os assessores do presidente da Venezuela se apressam para garantir a sobrevivência do projeto político bolivariano e culpam os meios de comunicação internacionais por uma suposta tentativa de desestabilização do país. Por meio de nota, o governo venezuelano denunciou uma ;guerra psicológica; desencadeada pela ;estrutura midiática transacional; para ignorar a vontade popular expressa nas eleições presidenciais de 2012. Do outro lado, uma oposição fragilizada e dividida acusou Cuba de ter ;sequestrado; o chefe de Estado e começou as articulações para apontar o candidato presidencial. Até o fechamento desta edição, Chávez continuava travando uma batalha pela vida.
O diário espanhol ABC divulgou que o futuro do mandatário depende de Rosa Virginia, a filha mais velha de Chávez. ;É ela quem, por questões legais, corresponde tomar as decisões que afetem o futuro do pai e presidente, entre elas a do eventual desligamento da máquina que o mantém vivo de modo artificial;, afirma a reportagem. Na noite de quinta-feira, o ministro da Comunicação e Informação venezuelano, Ernesto Villegas, anunciou que ;o comandante Chávez tem enfrentado complicações decorrentes de uma severa infecção pulmonar, que levaram a uma insuficiência respiratória;.
Em entrevista exclusiva ao Correio, por telefone, o médico venezuelano José Rafael Marquina ; que garante ter informações privilegiadas do Centro de Investigações Médico-Cirúrgicas (Cimeq), o hospital onde Chávez está internado, em Havana ; garantiu que o paciente não responde mais aos tratamentos. ;Ele tem uma infecção pulmonar adquirida no próprio hospital e resistente a bactérias e está entubado. Em pacientes imunodeprimidos, com câncer, o prognóstico é muito mal;, afirmou. Marquina não descarta, porém, que o quadro clínico de Chávez tenha se agravado para uma septicemia (infecção generalizada).