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Obama adverte sobre 'jogo perigoso' com teto da dívida

Agência France-Presse
postado em 05/01/2013 15:50
Washington - O presidente americano, Barack Obama, advertiu neste sábado os legisladores republicanos sobre a disputa de um perigoso jogo com a economia do país, no âmbito de uma nova batalha envolvendo o teto da dívida.

"Se o Congresso rejeitar dar aos Estados Unidos a habilidade de pagar suas contas a tempo, as consequências para a economia mundial podem ser catastróficas", indicou em seu discurso semanal no rádio e na internet.

Obama destacou que a economia americana sofreu quando os americanos se negaram a aprovar um novo aumento do teto da dívida em 2011, provocando um estancamento político de vários meses, que levou a agência de classificação financeira Standard and Poor;s a tirar do país a prestigiada nota triplo A.

"Nossas famílias e nossos negócios não podem enfrentar este perigoso jogo de novo", ressaltou.

A dívida pública americana alcançou na segunda-feira seu limite legal, de 16,4 trilhões de dólares. Agora, o Congresso tem dois meses para aumentar o teto da dívida, sem o qual o país não poderá pagar seus credores ou funcionários.

A lei sobre o compromisso orçamentário aprovada esta semana afastou no curto prazo as ameaças de um plano de austeridade forçado nos Estados Unidos, mas não tratou do tema do teto da dívida.

Promulgada na quinta-feira, a lei aumentou os impostos para os americanos mais ricos, e evitou um aumento destas taxas para a classe média, o que "poderia ter lançado a nossa economia de volta à recessão", disse Obama.

A lei estipula um aumento de impostos para as residências com renda superior a 450.000 dólares por ano, e foi aceita na terça-feira, no último momento, com a aprovação por 257 votos a 167 na Câmara dos Representantes, nos mesmos termos do que havia acontecido no Senado 24 horas antes.

Mas agora, os republicanos - que aceitaram o acordo que evitou o abismo fiscal sem cortes significativos de gastos - exigem concessões de cortes em troca do aumento do teto da dívida.

O líder da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, alertou que os republicanos irão exigir "cortes de gastos significativos" e reformas de programas sociais caros que fornecem aposentadorias e serviços de saúde para os idosos.

Obama disse que apoia os cortes de gastos, mas insistiu em que não prejudicará setores como educação, formação profissional, pesquisa e tecnologia.

"O corte de gastos deve ser equilibrado com mais reformas para o nosso código tributário", disse. "Os indivíduos mais ricos e as maiores corporações não devem ser capazes de tirar proveito de brechas e deduções que não estão disponíveis para a maioria dos americanos."

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