Agência France-Presse
postado em 06/01/2013 21:56
Washington - O presidente egípcio, Mohamed Mursi, declarou à emissora CNN, este domingo (6/1), que apoia os apelos sírios para que o chefe de Estado, Bashar al Assad, seja julgado por crimes de guerra, e previu que o regime de Assad cairá como resultado da sangrenta guerra civil que castiga o país há 21 meses."O povo sírio, através de sua revolução e através da mobilização, avançará para um novo estágio no qual ele terá um Parlamento independente e o governo de sua escolha quando o banho de sangue terminar", afirmou Mursi, segundo trechos da entrevista divulgados pela emissora.
"Eles decidirão o que quiserem fazer contra aqueles que cometeram crimes contra eles. É o povo sírio quem decide", acrescentou.
Falando através de um tradutor, Mursi foi perguntado se ele acreditava que o presidente sírio deveria ser julgado pela Corte Criminal Internacional em Haia, na Holanda.
"Este momento é o momento do povo. Assim como queria o povo egípcio, o povo sírio quer isso. E nós apoiamos o povo sírio e eles vão vencer, eles querem vencer", emendou.
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Nos últimos 21 meses, a dura repressão do regime de Assad aos protestos antigovernamentais conduziu a uma guerra civil sangrenta que, segundo as Nações Unidas, deixou mais de 60.000 mortos.
Em um raro discurso, pronunciado mais cedo neste domingo, o primeiro feito em público em sete meses, Assad comentou os detalhes de um mapa para por um fim ao conflito, no qual ele cunhou os opositores de "escravos" do Ocidente e disse para as potências estrangeiras pararem de apoiar os rebeldes.
Em Washington, o Departamento de Estado americano qualificou o plano como "desligado da realidade" e reiterou seus apelos para que Assad renuncie. A União Europeia também pediu ao presidente sírio que se afaste do poder.