Agência France-Presse
postado em 10/01/2013 17:03
Beirute - Nevascas chegaram na noite de quarta-feira (9/1) a Jordânia, Israel e Arábia Saudita no quinto dia de uma onda excepcional de mau tempo no Oriente Médio que causou a morte de 11 pessoas e deixou ao menos 10 desaparecidos.Jerusalém, situada a 800 metros de altitude, estava coberta com mais de 10 centímetros de neve na manhã desta quinta-feira, o que provocou a alegria das crianças, mas paralisou boa parte do país e dos Territórios Palestinos, afetados pelo que os meios de comunicação denominaram de "a tempestade da década".
A neve chegou inclusive à região de Tabuk, no noroeste da Arábia Saudita, cujos moradores correram para ver este raro espetáculo no reino do deserto.
Na Jordânia, a tempestade de neve paralisou quase todo o país. A neve bloqueava a maior parte das rotas que levam a Amã e outras regiões, e o rei Abdullah II decretou outro feriado na quinta-feira, tal como fez na quarta. O exército foi mobilizado para abrir estradas e socorrer as pessoas bloqueadas.
Também nevou no norte do Iraque, onde exames foram adiados em algumas cidades do Curdistão e o tráfego era difícil ou estava interrompido em vários postos fronteiriços do Irã.
As inclemências do tempo continuavam no Egito, afetado por uma onda de frio. Ventos fortes e chuvas torrenciais paralisaram a circulação nas grandes cidades, sobretudo no Cairo, e obrigaram a manter fechados muitos portos.
Em toda a região, este mau tempo causou nos últimos dias a morte de 11 pessoas - três no Líbano, três em Israel e cinco na Jordânia -, enquanto outras 11 - dez pescadores cujo barco naufragou no Egito e um bebê que foi arrastado pelas águas no Líbano - estão na lista de desaparecidos.
Enquanto Damasco permanecia coberta de neve, o frio era insuportável em várias regiões da Síria, onde a guerra civil causou escassez de combustível para calefação e perturbou consideravelmente as redes de alimentação elétrica.
O frio também afetava centenas de milhares de refugiados sírios que fugiram da violência e sobrevivem em acampamentos de barracas nos países fronteiriços. Na Jordânia, o acampamento de Zaatari, onde estão abrigadas 62 mil pessoas, se tornou um lamaçal depois de vários dias de chuvas torrenciais.
Centenas de barracas foram destruídas e "a situação é absolutamente intolerável", declarou à AFP Yussef Hariri, um refugiado de 38 anos, enquanto outros, que tinham apenas pequenos cobertores molhados para se cobrir, temiam pela vida de seus filhos.
Em quase toda a região, as escolas permaneciam fechadas na quinta e vários moradores estavam sem eletricidade.
Embora em Israel a falta de luz, que afetou 20 mil residências particulares, tenha sido causada por incidentes específicos, no Líbano a situação se complicou devido a uma greve de funcionários da companhia de eletricidade.
Em Israel, a Associação de Industriais calculou o custo dos danos em 300 milhões de shekels (60 milhões de euros), devido à ausência de pessoal ou a problemas de abastecimento ou de entregas.