Agência France-Presse
postado em 11/01/2013 19:27
Paris - O presidente François Hollande confirmou a entrada em combate, nesta sexta-feira (11/1), das forças francesas no Mali para apoiar o Exército do país contra grupos armados islâmicos do norte. Hollande disse que a decisão, "dentro do marco da legalidade internacional", foi tomada nesta sexta-feira de manhã após um acordo com o presidente malinense, Dioncounda Traoré."O Mali enfrenta uma agressão de elementos terroristas que vêm do norte [do país] e que todo o mundo conhece pela brutalidade e pelo fanatismo. Está em jogo a própria existência deste Estado amigo, a segurança de sua população e a de nossos 6.000 cidadãos que estão lá", disse o presidente francês.
"Por isso atendi, em nome da França, ao pedido do presidente malinense, apoiado pelos países do oeste da África. Como consequência disso, as forças armadas deram seu apoio nesta sexta-feira à tarde às unidades malinenses para lutar contra esses elementos terroristas", acrescentou.
"A operação vai durar o tempo necessário", acrescentou o presidente francês. Uma hora antes, o chefe de operações militares malinense havia afirmado que soldados franceses, senegaleses e nigerianos tinham dado seu apoio às forças locais na cidade de Sévaré (centro).
Mas um oficial do Exército senegalês, que pediu para não ser identificado, garantiu que "não temos tropas combatendo no Mali". O Exército malinense lançou nesta sexta uma contra-ofensiva para retomar a cidade de Konna, no centro do Mali, conquistada na quinta-feira pelos grupos islâmicos em seu avanço em direção ao sul e à capital, Bamaco.
Sévare, base da contra-ofensiva, está há 70 km de Konna, ocupada na quinta-feira pelos grupos "jihadistas" Ansar Dine, Al Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) e Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao).
Segundo o capitão malinense Umar Daw, "o avanço dos rebeldes islâmicos foi detido pelo Exército do Mali, com o apoio de forças estrangeiras, e prossegue a contra-ofensiva".
Outro oficial do Mali disse que "aparelhos militares de países amigos" participam da contra-ofensiva, enquanto o chanceler francês, Laurent Fabius, revelou que a força francesa realiza "ações aéreas".
A França pediu nesta sexta-feira que seus cidadãos "cuja presença no Mali não seja imprescindível" abandonem temporariamente o país".
O Conselho de Segurança das Nações Unidas solicitou na quinta-feira o "rápido envio" de uma força internacional ao Mali diante da "grave deterioração da situação no terreno", após um pedido de ajuda do presidente Dioncounda Traoré. "O Conselho pediu aos estados membros que ajudem as forças de segurança do Mali a reduzir a ameaça que representam as organizações terroristas" que controlam o norte do país.